
A Polícia Federal indiciou nove pessoas envolvidas no espancamento de um policial federal, ocorrido na madrugada de 18 de janeiro deste ano, na Avenida Djalma Batista, em Manaus. Entre os indiciados estão o filho de um juiz, o sobrinho de um desembargador, um assessor da Prefeitura de Manaus, um servidor da Defensoria Pública do Amazonas e empresários. O caso ganhou repercussão após câmeras de segurança registrarem a violência cometida pelo grupo de motociclistas contra o agente.
As imagens mostram o momento em que os motoqueiros fecham o carro da vítima, o retiram à força do veículo e iniciam as agressões com socos, pontapés e até um golpe de estrangulamento conhecido como “mata-leão”. Após o ataque, os agressores fugiram levando a carteira funcional do policial. Minutos depois, policiais militares que passavam pelo local prestaram socorro ao agente ferido.
A investigação da Polícia Federal concluiu que o crime começou quando o grupo bloqueou a via de forma agressiva, impedindo a passagem do veículo do policial. Ao tentar seguir adiante, o agente foi cercado e atacado. O inquérito já foi encaminhado à Justiça do Amazonas e aponta crimes como tentativa de homicídio qualificado, roubo qualificado, associação criminosa, fraude processual e omissão de socorro.
Quem são os indiciados e os crimes atribuídos
- Ícaro Pinheiro Braga: Participou ativamente das agressões e ajudou a esconder provas. Indiciado por tentativa de homicídio qualificado, roubo qualificado, associação criminosa e fraude processual.
- Aldo Bitencourt Cha Neto: Embora as imagens não o mostrem agredindo diretamente, participou das ações e da subtração da carteira funcional. Indiciado pelos mesmos crimes, como partícipe.
- Vitor Mendonça de Souza Vieiralves: Líder do motoclube e principal articulador do ataque. Também indiciado por tentativa de homicídio qualificado (partícipe), roubo, associação criminosa e fraude processual.
- Leonardo de Souza Castelo Branco: Participou das agressões e ocultou a carteira do policial. Indiciado pelos mesmos crimes.
- Bruno Faria dos Santos: Envolvido diretamente nas agressões e na ocultação da carteira. Responderá por tentativa de homicídio, roubo qualificado, associação criminosa e fraude processual.
- Alexsandre Linhares do Nascimento: Retirou o policial do carro e participou da agressão. Indiciado pelos mesmos crimes.
- Paulo Augusto dos Santos Pereira: Um dos principais agressores, será responsabilizado por tentativa de homicídio qualificado, roubo e associação criminosa.
- Thiago Coutinho Martins: Estava presente, não ajudou a vítima e será indiciado por omissão de socorro majorada.
- Jean Carlos Paula Rodrigues: Atuou para tentar atrapalhar as investigações. Será responsabilizado por fraude processual.
Operação Última Marcha – Fase 2
Os indiciamentos foram resultado da segunda fase da Operação Última Marcha, deflagrada pela Polícia Federal na quarta-feira (3). A ofensiva mirou o grupo de motociclistas suspeito de envolvimento no ataque ao policial federal. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão, e diversas motocicletas foram recolhidas. O inquérito reúne provas testemunhais, periciais, documentais e digitais que reforçam a participação dos investigados no crime.
A Polícia Federal segue acompanhando o caso e destacou que todos os envolvidos poderão ser responsabilizados criminalmente pelos atos praticados, com penas que podem ultrapassar dez anos de prisão.