A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (14/9), a Operação Canis para desarticular esquema criminoso de fornecimento de insumos químicos utilizados no processamento de cocaína. São cumpridos 41 mandados de busca e apreensão, além de oito de prisão.
Os investigados, com o objetivo de dar aparência lícita às ações criminosas, utilizavam empresas legalmente constituídas. Tais firmas contavam, inclusive, com as licenças exigidas para o comércio de insumos químicos controlados. Os materiais, no entanto, eram adquiridos com a única finalidade de serem desviados para o abastecimento do narcotráfico em grandes centros urbanos do território nacional. Foram identificadas ramificações da quadrilha no Distrito Federal, em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.
Ao menos 25 toneladas de fármacos, tais como lidocaína, cafeína e tetracaína, além de ácido bórico, foram desviadas pelos traficantes de drogas em diversos estados brasileiros.
Segundo a PF, estimativas baseadas na constatação científica da proporção desses insumos presentes em apreensões de cocaína realizadas no Brasil permitem afirmar que a quantidade movimentada pela organização criminosa seria suficiente para a produção de, pelo menos, 75 toneladas da droga prontas para o consumo.
Além disso, as investigações identificaram manobra semelhante na destinação de solventes orgânicos adquiridos pela quadrilha. Foram detectados desvios de mais de 21 mil litros de tricloroetileno e cloreto de metileno, que seriam suficientes para a produção de pelo menos 47 mil litros do entorpecente popularmente conhecido como “loló” ou “cheirinho da loló”.
No curso das investigações, os policiais prenderam oito envolvidos e aprenderam grande quantidade de produtos químicos controlados, porções de cocaína, armamentos e veículos usados no crime.
Foram identificadas, ainda, durante as apurações, grandes movimentações patrimoniais dos investigados. Principalmente a aquisição de diversos veículos e imóveis de luxo em nome de terceiros, indicando a intenção de ocultar a origem dos lucros das atividades criminosas. Isso fez com que fossem dadas ordens judiciais para o bloqueio de milhões de reais em contas bancárias dos envolvidos.
Canis
O nome da investigação faz referência à razão social de uma das empresas utilizadas para o desvio de produtos químicos controlados, que se refere a uma raça canina.
Constituído para este fim, o estabelecimento foi utilizado pelos suspeitos com o objetivo de adquirir grande quantidade de insumos químicos no mercado lícito para, posteriormente, destiná-los ao tráfico de drogas nacional. Com informações de Metrópoles.
