A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (15/9), a Operação Rookies, que investiga organização criminosa voltada ao tráfico transnacional de drogas e lavagem de dinheiro. Os policiais descobriram que o grupo disfarçava a origem do dinheiro do crime por meio de contas de “laranjas”. Com isso, o grupo teria movimentado, aproximadamente, R$ 220 milhões entre 2017 e 2021.

Os agentes cumpriram 65 medidas judiciais expedidas pela 3ª Vara Federal de Passo Fundo (RS), sendo sete mandados de prisão preventiva, seis de prisão temporária e 22 de busca e apreensão, nos municípios de Passo Fundo, Marau (RS), Caxias do Sul (RS), Montenegro (RS), Itapema (SC), Itajaí (SC), Curitiba (PR), Fazenda Rio Grande (PR), Cascavel (PR), Laranjeiras do Sul (PR), Valinhos (SP) e Vinhedo (SP).

A Justiça também determinou o bloqueio de cerca de 130 contas bancárias, de 30 investigados. Participam da operação 90 policiais federais, com o apoio de integrantes da Polícia Penal, da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

A investigação começou após a constatação de que um detento que cumpre pena por tráfico de drogas estaria agenciando, de dentro da própria cela, remessas de drogas para a Europa. O investigado contava com apoio de pessoas de dentro e de fora da prisão, que entravam em contato com jovens sem antecedentes criminais para transportar drogas à Europa, mediante pagamento.

Prisões

Em novembro de 2019, um morador de Passo Fundo foi preso no Aeroporto de Zurique, na Suíça, quando desembarcava de voo com origem no Brasil. Ele transportava 4kg de cocaína escondidos na bagagem.

No mesmo mês, uma mulher, também de Passo Fundo, e um catarinense foram presos em Copenhagen, na Dinamarca, quando desembarcavam de voo do Brasil com drogas na mala.

A PF também apura outros casos de envio de drogas que resultaram em prisões na Europa.

O grupo atuava, ainda, na distribuição de drogas no município e nos arredores de Passo Fundo, recebendo drogas de Curitiba (cocaína e maconha) e do litoral de Santa Catarina (drogas sintéticas). Os entorpecentes eram repassados a traficantes locais, responsáveis pelo “comércio varejista” de drogas.

Além disso, a organização criminosa é investigada por lavagem de dinheiro decorrente do tráfico de drogas, pois teria movimentado “valores expressivos” a partir de contas bancárias de laranjas — pessoas físicas e jurídicas.

Os envolvidos devem responder judicialmente pelos crimes de tráfico internacional de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

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