A Procuradoria-geral da República (PGR) solicitou, neste domingo (31/7), que o homem que ameaçou políticos de esquerda e magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF), identificado como Ivan Rejane Boa Pinto, seja transferido para a prisão domiciliar. O pedido foi feito ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso na Corte.

Na manifestação, assinada pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, há o argumento de que apenas o uso de tornozeleira eletrônica é “suficiente” para garantir a segurança da investigação.

“Para complementar, os elementos de informação até então coletados não indicam nenhuma conduta concreta do investigado de efetivamente arregimentar pessoas e organizar algum evento criminoso, com data certa e local determinado, que coloque em risco a integridade das pessoas ameaçadas”, diz a peça.

A PGR ainda solicita que sejam mantidos os bloqueios de seus grupos no Instagram e WhatsApp e de canais administrados por ele em redes sociais, além da proibição de conceder entrevistas, criar listas de transmissão e proferir discursos de ódio e de grave ameaça a ministros do STF ou agentes políticos.

Para a vice-PGR, Ivan Rejane “aparentemente age com a finalidade de angariar alta visibilidade com os seus vídeos”. “O que, atualmente no mundo digital, implica também uma forma de obter renda e de promoção pessoal, com eventual propósito de eventuais candidaturas a cargos políticos”, diz o texto.

Ameaças

Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), Ivan Pinto foi candidato a vereador de Belo Horizonte (MG) em 2020, com o nome de Ivan Papo Reto, pelo PSL (hoje, União Brasil). Ele não conseguiu se eleger.

Em vídeo para promover manifestações bolsonaristas em 7 de setembro de 2022, Ivan cita nominalmente os ministros do STF e faz ameaças. “Sumam do Brasil. Nós vamos pendurar vocês de cabeça para baixo”, afirmou ele.

Em outro vídeo que circula pelas redes sociais ele diz: “Se eu fosse vocês, Barroso, Fux, Fachin, Moraes, Lewandowski, Mendes, eu ficava nos Estados Unidos, em Portugal, na Europa, na puta que te pariu. Até vocês duas, vadias, Cármen Lúcia e Rosa Weber. Sumam do Brasil”.

O homem foi detido na última sexta-feira (22/7), em Belo Horizonte, após mandado de prisão temporária expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, da Suprema Corte. Com informações de Metrópoles.

Artigo anteriorMarcelo Ramos diz que novo decreto de Bolsonaro sobre IPI tenta burlar decisão de Alexandre de Moraes
Próximo artigoPatrícia Abravanel mostra os filhos em foto raríssima: “Como cresceram”