Capitão Alberto Neto (PL), Fausto Jr. (União Brasil) e Silas Câmara (Republicanos) assinaram o requerimento que acelera a tramitação do Projeto de Lei da Anistia na Câmara dos Deputados

Dos oito deputados federais do Amazonas, apenas Capitão Alberto Neto (PL), Fausto Jr. (União Brasil) e Silas Câmara (Republicanos) assinaram o requerimento que acelera a tramitação do Projeto de Lei da Anistia na Câmara dos Deputados. A proposta visa conceder perdão a investigados e condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Com o apoio dos três parlamentares amazonenses, a oposição alcançou, nesta quinta-feira (11), as 257 assinaturas necessárias para que o projeto tramite em regime de urgência.

A ofensiva da oposição acontece quatro dias após o ex-presidente Jair Bolsonaro reunir cerca de 45 mil pessoas em um ato pró-anistia na Avenida Paulista, e agora pressiona o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a pautar a votação. A urgência permite que o projeto seja levado diretamente ao plenário, sem passar pelas comissões.

A coleta de assinaturas foi liderada pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e contou com apoio de parlamentares de partidos da base governista, como União Brasil, MDB, PSD e PP. A assinatura decisiva que completou as 257 foi a do deputado Paulo Azi (União-BA), aliado de ACM Neto. Deputados próximos ao presidente da Câmara e até ao governo Lula também aparecem na lista de apoiadores.

Internamente, a adesão parcial de siglas como Republicanos (53% dos deputados), União Brasil (51%), PSD (43%) e PP (58%) causou desconforto entre aliados de Bolsonaro, que esperava apoio total de legendas do Centrão. Na quarta-feira (10), Bolsonaro se reuniu com o líder do Republicanos na Câmara, Hugo Motta (PB), para cobrar maior engajamento da legenda, especialmente após a ausência de nomes de peso como Celso Russomanno (SP), aliado do governador Tarcísio de Freitas.

Embora filiado ao PL, Bolsonaro exerce forte influência sobre parlamentares de outras siglas, incluindo o Republicanos — que abriga aliados como os senadores Hamilton Mourão (RS) e Damares Alves (DF) —, além de Tarcísio, que já manifestou apoio público à anistia.

O presidente nacional do Republicanos, deputado Marcos Pereira, tem resistido a embarcar totalmente na pauta, por considerar que ainda não seria o momento ideal para votação. Diante disso, Bolsonaro passou a reforçar sua articulação diretamente com Hugo Motta.

Na bancada amazonense, os deputados Adail Filho (Republicanos), Amom Mandel (Cidadania), Pauderney Avelino (União Brasil), Sidney Leite (PSD) e Átila Lins (PSD) não assinaram o requerimento até o momento.

A expectativa agora gira em torno da decisão de Arthur Lira sobre a data da votação da urgência. A proposta continua dividindo o plenário e mobilizando tanto defensores da pacificação quanto críticos que veem na anistia um sinal de impunidade para os atos antidemocráticos.

Artigo anteriorGestão da prefeita Macelly Veras completa 100 dias e marca novo capítulo na história de Maués
Próximo artigoPrefeito Mateus Assayag celebra 100 dias de gestão com balanço de ações e anúncio de novos investimentos em Parintins