
O senador Plínio Valério (PSDB-AM) criticou nesta terça-feira, 23, a inclusão do rio Madeira ao projeto de privatização das hidrovias dos rios Tocantins e Tapajós, defendido pelo governo federal, conforme Decreto nº 12.600, publicado no Diário Oficial da União em 29 de agosto.
De acordo com o projeto, o trecho sob concessão abrange cerca de 1.075 quilômetros, entre Porto Velho (RO) e sete municípios do Amazonas: Humaitá, Manicoré, Novo Aripuanã, Borba, Autazes, Nova Olinda do Norte e Itacoatiara.
Conforme o senador, o risco de privatização dos rios da Amazônia poderá impactar gravemente a vida da população ribeirinha.
“Na Amazônia, nós não trafegamos, nós navegamos. Os rios são nossas estradas, que nos libertam e nos levam a outro lugar. Agora, imaginem se formos obrigados a navegar em um rio privatizado”, alertou.
Plínio Valério destacou que, ao contrário de outras regiões do Brasil, os rios são as principais vias de transporte no Amazonas, substituindo estradas que não existem na maior parte do estado.
“Eu sou de um estado em que 60% da população vive abaixo da linha da pobreza. Um estado maior do que todo o Nordeste junto, que tem todo tipo de minério, mas continua sendo negligenciado”, disse.
Nascido nas barrancas do Juruá, no município de Eirunepé, o parlamentar lembrou que a sua missão como senador é denunciar injustiças e defender os interesses da população do Amazonas. “Agradeço a Deus, de manhã, de tarde e de noite, por ter me tornado senador da República. Aqui eu posso extravasar, falar, mostrar, denunciar, exigir que nos tratem com decência. Minha missão é defender o estado que me elegeu”.










