O juiz André Luiz Muquy, plantonista das Audiências de Custódia do Tribunal de Justiça do Amazonas manteve a prisão temporária por 30 dias dos12 policiais militares da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam), suspeitos de envolvimento na chacina da rodovia AM-010, duas mulheres e dois homens foram executados na última na quarta-feira (21) a tiros dentro de um carro abandonado no ramal Água Branca.

O magistrado atendeu ainda pedido da defesa dos PMs e determinou a transferência deles do Batalhão de Guarda, no Monte das Oliveiras, Zona Norte de Manaus para o quartel da Rocam, no bairro Dom Pedro, Zona Centro-Oeste da capital amazonense. 

A transferência dos suspeitos da chacina ocorreu depois de relatos na audiência de custódia que esses sofreram ameaças de outros internos onde estavam presos anteriormente.

Ainda de acordo com pedido protocolado no sábado (24) e assinado pelos advogados Cândido Honório Ferreira Neto Tallita Lindoso Silva, eles tiveram a informação de que o sargento da Polícia Militar Alessandro Silva, pai de uma das vítimas é lotado no Batalhão de Guarda, fato que gera risco a integridade física dos acusados.

O advogado Leonardo Marques, também de defesa dos acusados, explicou que o pedido de transferência ocorreu por conta de condições desumanas, segundo ele, que os suspeitos passaram na noite deste sábado (24) no Batalhão de Guarda.

De acordo com o advogado os policiais militares, Anderson Pereira de Souza; Charlys Mayzanyel da Ressurreicao Braga; Charly Mota Fernandes; Diego Bentes Bruce; Dionathan Sarailton de Oliveira Costa; Jose Vandro Carioca Franco; Jonan Costa de Sena; Marcos Miller Jordão dos Santos; Maykon Horara Feitoza Monteiro; Stanrley Ferreira Cavalcante; Tharle Coelho Mendes; e Weverton Lucas Souza de Oliveira ficaram em um quadrado, sem acesso a banheiro, janela e sem conseguir fazer suas necessidades, além de terem sidos intimados por internos. 

A chacina

Na manhã da última quarta-feira (21), os corpos de Diego Máximo Gemaque, 33 anos, Lilian Daiane Máximo Gemaque, 31 anos, Alexandre do Nascimento Melo, 29 anos, e Valéria Luciana Pacheco da Silva, 22 anos foram encontrados dentro de um veículo da marca Chevrolet Onix, branco, placa QZO-3B24, no ramal Água Branca.

Os corpos de Lilian Daiane, Alexandre do Nascimento e Valéria Luciana, estavam nos bancos do veículo abandonado no ramal enquanto que o corpo de Diego Máxima estava no porta-malas.

 

Vídeo da Abordagem

Ainda na noite de quarta-feira, horas depois dos corpos serem identificados no Instituto Médico Legal (IML), um vídeo circulou nos grupos de WhatsApp mostrando o veículo sendo abordado por duas viaturas da Rocam. Nas imagens, duas mulheres aparecem em posição de revista, e um homem aparece sentado no banco do motorista de um Onix, branco.

Diante do fato o Comando Geral da PM determinou o afastamento dos policiais militares de suas atividades. Os policiais confessaram a abordagem, mas afirmaram que liberaram o veículo e as pessoas abordadas.

Mas no sábado (24) depois da prisão dos 12 PMs suspeitos do crime a versão deles caiu por terra quando imagem de uma câmera de segurança mostra duas viaturas da Rocam escoltando um Ônix branco seguindo pela Avenida Governador José Lindoso (Avenida das Torres), no bairro Lago Azul. A via dá acesso ao quilômetro 19 da AM-010, cerca de 13 quilômetros antes do ramal Água Branca onde os corpos das quatro vítimas foram encontrados na quarta-feira (21).

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