Os 12 policiais militares da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam), suspeitos de envolvimento na chacina da AM-010 que tiveram a prisão temporária decretada, ingressaram com pedido de habeas corpus no último sábado (24) no plantão do Tribunal de Justiça do Amazonas, mas não tiveram êxito.

A desembargadora Luiza Cristina da Costa Marques, plantonista do Tribunal de Justiça, indeferiu a liminar em habeas corpus e determinou que os autos fossem distribuídos na forma regimental tão logo se inicie o expediente forense regular.

Ainda em sua decisão a desembargadora plantonista do TJ, diz: “Deste modo, ressalto que a prisão temporária não se confunde com a prisão preventiva, tendo como finalidade específica a regular marcha da investigação, devendo estar fulcrada nisso quando decretada, consoante estabelece o art. 1º da Lei nº 7.960”.

Em outro trecho de sua decisão ela diz que “verifica-se a necessidade de manter a decisão que decretou a prisão temporária, uma vez que a manutenção da custódia cautelar dos Pacientes se faz necessária para o deslinde das investigações do inquérito policial, não sendo cabível, por ora, medida cautelar diversa, consoante ressaltou a impetrada em seu Decreto às fls. 27/33”. 

Estão presos temporariamente por 30 dias por determinação da justiça: Anderson Pereira de Souza; Charlys Mayzanyel da Ressurreicao Braga; Charly Mota Fernandes; Diego Bentes Bruce; Dionathan Sarailton de Oliveira Costa; Jose Vandro Carioca Franco; Jonan Costa de Sena; Marcos Miller Jordão dos Santos; Maykon Horara Feitoza Monteiro; Stanrley Ferreira Cavalcante; Tharle Coelho Mendes; e Weverton Lucas Souza de Oliveira.

Entenda o caso 

Os corpos identificados como Diego Máximo Gemaque, 33 anos, Lilian Daiane Máximo Gemaque, 31 anos, Alexandre do Nascimento Melo, 29 anos, e Valeria Luciana Pacheco da Silva, 22 anos foram encontrados mortos na manhã do dia 21, em um Chevrolet Onix, branco, placa QZO-3B24, no ramal Água Branca, no quilômetro 32 da rodovia AM-010.

Na noite do mesmo dia 21, vídeos circularam nos grupos de WhatsApp mostrando o Onix, branco, sendo abordado por policiais militares da Rocam que estavam em duas viaturas. Eles confessaram a abordagem, mas afirmarem terem liberado o veículo e os ocupantes.

Mas a versão dos policiais caiu quando imagem de uma câmera de segurança foi divulgada mostrando duas viaturas da Rocam escoltando um veículo Ônix branco seguindo pela Avenida Governador José Lindoso, mais conhecida como ‘Avenida das Torres’, no bairro Lago Azul, rumo a AM-010. O relógio marcava 0h35 da madrugada da quarta-feira (21) de dezembro.

De acordo com as investigações o veículo não era mais dirigido por Alexandre do Nascimento, motorista de aplicativo e filho de sargento da PM, mas por um dos policiais da Rocam.

No veículo estava Lilian Máximo, no banco do carona, Alexandre e sua esposa Valéria Luciana no banco traseiro e Diego Máximo, morto no porta-malas do veículo. Ele não teria resistido a uma sessão de tortura com saco e morreu asfixiado.

No ramal Água Branco, dentro do carro com balaclava no rosto foram executados a tiros de escopeta calibre 12 e pistola 380, Lilian Máximo, Alexandre e sua esposa Valéria Luciana.

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