Bruno Pereira e Dom Phillips desapareceram em junho do ano passado na região do Vale do Javari e foram encontrados mortos

A Polícia Federal (PF) informou em nota na tarde desta sexta-feira (10), ter encontrado “material orgânico aparentemente humano” no Rio Itacoaí, próximo ao porto de Atalaia do Norte. A região foi o último local em que o indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips foram vistos.

O material está sendo encaminhado para análise pericial pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, segundo a nota.

Será o mesmo instituto que realizará perícia nas amostras de sangue encontradas na embarcação de Amarildo da Costa de Oliveira, 41, o “Pelado”, suspeito de envolvimento no desaparecimento do indigenista e do jornalista.

Nota

“Manaus/AM – O Comitê de crise, coordenado pela Polícia Federal/AM, informa que, nas últimas 24 horas, a Operação Javari prosseguiu com a busca fluvial e com reconhecimento aéreo na região do Rio Itaquaí, último local em que os senhores Bruno Pereira e Dom Phillips foram vistos.

“As equipes de busca localizaram no rio, próximo ao porto de Atalaia do Norte, material orgânico aparentemente humano, o qual está sendo encaminhado para análise pericial pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, que também realizará perícia nas amostras de sangue encontradas na embarcação de Amarildo da Costa de Oliveira, 41 anos, conhecido como “Pelado”, cuja prisão temporária já foi decretada na data de ontem.

“Ainda na data de hoje, houve a coleta de materiais genéticos de referência do jornalista britânico Dom Phillips na cidade de Salvador/BA e do indigenista Bruno Pereira na cidade de Recife/PE. Os materiais coletados serão utilizados na análise comparativa com o sangue encontrado na embarcação.

“Os órgãos federais e estaduais reforçam o compromisso com a elucidação dos fatos e se empenham para que haja o retorno o quanto antes dos senhores Bruno Pereira e Dom Phillips para seus entes queridos.”

Prisão Temporária

Pelado teve a prisão temporária decretada na quinta-feira, pela juíza Jacinta Silva dos Santos, titular da Comarca de Atalaia do Norte, no interior do Amazonas.

A magistrada decretou a prisão temporária por 30 dias de Amarildo da Costa, investigado no caso de desaparecimento do indigenista e servidor público Bruno da Cunha Araújo e do jornalista inglês Dominic Mark Phillips.

A prisão temporária atende pedido da Delegacia de Polícia Civil em Atalaia do Norte, em procedimento de investigação criminal, instaurado para apurar o desaparecimento do indigenista e do jornalista.

Durante a audiência de custódia, Amarildo foi assistido pela Defensoria Pública do Amazonas (DPE/AM), cuja participação ocorreu por videoconferência, assim como o representante do Ministério Público Estadual (MPE/AM). A magistrada e o custodiado participaram presencialmente, na sede do fórum, em Atalaia. A audiência terminou um pouco antes das 20h, horário local, quase 22h no horário de Brasília.

O investigado também é parte em outro processo, este por crimes do Sistema Nacional de Armas (Lei n.º 9.437/1997, que estabelece condições para o registro e o porte de armas de fogo, define crimes e dá outras providências) e, nesse caso específico, após realização de audiência de custódia, foram aplicadas medidas cautelares diversas da prisão.

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