Dinheiro e armas apreendidos durante operação da PF e do MP-SP contra policiais suspeitos de corrupção ligados ao PCC

Uma operação conjunta entre a Polícia Federal (PF), o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e a Corregedoria da Polícia Civil nesta terça-feira (17) resultou na desarticulação de uma rede de policiais suspeitos de colaborar com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

A ação foi autorizada pela Justiça, que decretou prisões temporárias, buscas e apreensões, bloqueio de contas bancárias e sequestro de bens dos investigados. Foram presos o delegado Fábio Baena Martin e os investigadores Eduardo Lopes Monteiro e Rogério de Almeida Felício.

O caso ganhou destaque após o assassinato de Vinícius Gritzbach, delator executado em 8 de novembro no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Novas imagens de câmeras de segurança ajudaram a esclarecer o crime, que revelou uma teia complexa de corrupção envolvendo policiais e a cúpula do PCC.

De acordo com fontes ligadas às investigações, a organização criminosa usava a rede de policiais para vazar informações, manipular apurações e oferecer proteção em troca de subornos. O esquema facilitava a lavagem de dinheiro do PCC, movimentando mais de R$ 100 milhões desde 2018.

A operação foi batizada de Tacitus, termo de origem latina que significa “silencioso” ou “não dito”, uma referência ao modus operandi dos envolvidos. Estão sendo cumpridos oito mandados de prisão e 13 de busca e apreensão na capital paulista e nas cidades de Bragança Paulista, Igaratá e Ubatuba, no interior do estado.

Cerca de 130 agentes participam da ação, que busca coletar provas adicionais e desmantelar a rede de corrupção. Os investigados responderão por crimes como organização criminosa, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro, com penas que podem ultrapassar 30 anos de reclusão.

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