Fonte: Agência Brasília

O policial civil, Marcos André de Oliveira dos Santos, que ocupava o cargo de chefe de investigação de uma Delegacia da Mulher no Rio de Janeiro, é acusado de lesão corporal, injúria, ameaça e violência psicológica contra uma ex-namorada. “Vou te matar e me matar depois”, ameaçou o agente. A vítima, uma advogada de 29 anos, gravou conversas com o homem e levou as provas à Corregedoria-Geral de Polícia Civil.

Eles se conheceram na Delegacia Especial de Proteção à Mulher (Deam), de Jacarapaguá (RJ), onde Oliveira era lotado, quando a advogada foi ao local buscar a cópia de um inquérito. O relacionamento dos dois durou um ano.

Ao jornal O Globo, a ex relata que, no início, o policial era galante e dava presentes frequentemente. Depois de um tempo, no entanto, começou a notar algumas mentiras. “Primeiro, ele disse que tinha 35 anos, depois 38. Só descobri a idade verdadeira dele quando foi tomar a vacina contra a Covid”, conta a vítima. Marcos André tem, atualmente, 50 anos.

Poucos meses depois, Marcos passou a querer controlar a vida da namorada: censurava as roupas que ela vestia, a proibia de ter amigos e a frequentar academia com profissionais homens, além de monitorar conversas telefônicas e as redes sociais.

Segundo a denúncia, os crimes começaram em outubro de 2021, quando a advogada quis terminar a relação.

“Com o tempo, o acusado ficou mais agressivo, passando a xingar, humilhar e desferir tapas no rosto e na cabeça da vítima durante as discussões, que em sua maioria eram motivadas por ciúmes. Em duas tentativas de pôr fim ao relacionamento, as discussões foram gravadas e posteriormente enviadas para perícia e nelas, fica evidente o comportamento agressivo, humilhante e controlador do acusado”, diz a denúncia apresentada pela promotora Isabela Moura.

Em uma delas, em 31 de dezembro de 2021, o policial ameaça a ex de morte. “Se sua irmã aparecer aqui, vou te furar, vou te matar e me matar depois.” E em outro momento, em 22 de fevereiro, ele fala: “Você vai me pagar pelo que tu fez hoje…Ter um prejuízo bacana”, diz.

A advogada conseguiu medida protetiva contra o policial. A defesa do acusado afirmou que o caso corre em segredo de justiça e “aguarda a intimação da suposta denúncia para esclarecer os fatos alegados em juízo”.

A Polícia Civil indiciou o homem ao Ministério Público do Rio de Janeiro por violência domestica e abriu um processo administrativo contra ele. Marcos André foi afastado do serviço na delegacia e “não exerce função em nenhuma unidade especializada nesse tipo de atendimento”, referindo-se ai atendimento voltado à mulher. A Polícia não informa, no entanto, onde ele está lotado atualmente.

(Metrópoles)

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