Agência Brasil

O policial civil Fernando Contreras Siqueira, que responde a 30 processos pelo crime de peculato na Justiça de São Paulo, foi demitido do cargo pela terceira vez pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (foto em destaque). Exercendo a função de escrivão no 8º Distrito Policial, no Brás, Contreras é acusado de desviar dinheiro apreendido de traficantes presos pela Polícia Militar e levados à delegacia.

Em 2023, o policial foi condenado a dois anos de prisão. Ele possui outras seis sentenças que resultaram em prestação de serviço comunitário e três para pagamento de multas, as quais não foram pagas devido às decisões judiciais que concederam indulto ao agente.

Contreras foi demitido por Derrite pela primeira vez em setembro do ano passado, em decorrência de um dos processos administrativos disciplinares abertos contra ele. Em abril deste ano, o secretário demitiu o agente pela segunda vez. A sequência de punições visa garantir que, caso uma delas seja revertida judicialmente, a segunda entre em vigor, impedindo que o policial retorne às funções.

Processos administrativos

Como escrivão, Contreras tinha a responsabilidade de registrar os boletins de ocorrência e recolher o material apreendido para dar a devida destinação, que, no caso do dinheiro, seria um depósito judicial. No entanto, o agente frequentemente ficava com a quantia, como descreve a Corregedoria da Polícia Civil em um PAD aberto em outubro de 2023.

“No dia 20 de setembro de 2018, o escrivão de polícia Fernando Contreras Siqueira registrou, junto ao 8º DP/Brás, o Boletim de Ocorrência nº 6.052/18, referente a associação para o tráfico, ocasião em que houve a apreensão da quantia de R$ 137,00. O referido valor permaneceu sob responsabilidade do escrivão para fins de depósito judicial. Por intermédio de correio eletrônico datado de 29 de março de 2023, o juiz de Direito da 2ª Vara Criminal, Foro Central Criminal Barra Funda, deliberou pela requisição da guia de depósito respectiva, que, no entanto, não foi encaminhada. Consta nos autos uma informação do Banco do Brasil, indicando a não localização de conta judicial vinculada ao processo”, afirmou a Corregedoria.

O processo administrativo também mencionou outros casos em que Contreras foi apontado pela mesma prática. “Conforme consta nas anotações funcionais do escrivão de polícia Fernando Contreras Siqueira, existem diversos procedimentos administrativos instaurados em seu desfavor, que versam sobre fatos da mesma natureza”, informou o órgão.

No total, Contreras teve duas ações penais por peculato abertas em 2020, 13 em 2021, nove em 2022, duas em 2023 e quatro em 2024. Com informações , colunista Paulo Capppeli, do Metrópoles.

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