A oposição no Congresso Nacional conseguiu impor uma derrota política nesta quarta-feira (20) ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ao assumir o comando da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, que investiga supostos desvios e fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social.

Com 17 votos a 14, a maioria dos membros do colegiado elegeu o senador Carlos Viana (Podemos-MG) para a presidência. O nome de Viana surgiu como candidatura própria e acabou derrotando o indicado de Alcolumbre, o senador Omar Aziz (PSD-AM). Também havia sido cogitada a candidatura de Eduardo Girão (Novo-CE), que desistiu da disputa e declarou apoio a Viana.

Vitória articulada

Após a votação, Carlos Viana afirmou que sua vitória foi fruto de uma intensa negociação nas últimas 24 horas.

“Conversei com a maioria dos membros, percebi em cada um o desejo de que essa CPMI traga respostas e cumpra o papel dela”, declarou o presidente eleito.

A eleição também alterou a relatoria da comissão. O deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), indicado por Motta, seria o relator, mas o novo presidente escolheu o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) para o posto.

“Trabalharei em compasso com a verdade e a Constituição, buscando a responsabilização de quem, por ação ou omissão, praticou esse crime gigantesco”, escreveu Gaspar em suas redes sociais.

Reações

Nas redes sociais, Ricardo Ayres reconheceu a mudança com “naturalidade” e disse que seguirá como membro titular da CPMI. Já Omar Aziz, derrotado na presidência, afirmou que a votação foi encerrada antes que todos pudessem votar, mas reconheceu a legitimidade do processo.

“É uma disputa democrática, quem ganha é quem tem mais voto. Assim como Lula ganhou do Bolsonaro porque teve mais voto. Desejo boa sorte ao senador Carlos Viana e espero que ele conduza os trabalhos com isenção”, disse Aziz.

A senadora Tereza Cristina (PP-MS), que conduziu a sessão, respondeu às críticas afirmando ter seguido o regimento e ressaltou que a “grande maioria” já havia votado quando encerrou a votação.

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