As ações da Vale registravam alta de 0,70%, cotadas a R$ 67,69, no pregão da Bolsa brasileira (B3), na sexta-feira (23/2). O avanço, à primeira vista, parece surpreendente, dada a queda de 53,6% no lucro da empresa em 2023, anunciada na véspera pela mineradora. O que explica a aparente contradição, observam analistas, é o fato de o resultado fraco ter sido puxado por fatores conjunturais.
Técnicos da Ativa Investimentos, por exemplo, notaram que a empresa registrou em seu balanço receitas superiores ao que era esperado pelo mercado, em função de melhores preços médios do minério de ferro. Além disso, no quarto trimestre de 2023, a mineradora fez uma provisão de US$ 1,2 bilhão, que é pontual, relacionada à Fundação Renova.
Essa entidade foi criada para gerir reparações pelo rompimento, em novembro de 2015, da barragem da Samarco, operação que era mantida pela Vale com a BHP Billiton, em Mariana (MG).
Outros relatórios divulgados por bancos seguiram na mesma linha. O Itaú BBA destacou o lucro ajustado antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de US$ 6,7 bilhões no último trimestre do ano passado. Ele representou um aumento de 50% em relação ao trimestre anterior e de 35% na comparação anual. “Foi 7% acima de nossas estimativas e 6% acima do consenso”, disse o banco.
Na prática, para os especialistas, apesar da queda do lucro, alguns resultados importantes do balanço seguem positivos. Com informações de Metrópoles.
