Ursula von der Leyen, presdiente da Comissão Europeia: bloco criou novas regras para as big techs Valeria Mongelli/Bloomberg

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, advertiu nesta quinta-feira que a postura da China sobre a guerra da Ucrânia será um “fator determinante” no futuro da relação de Pequim com a União Europeia (UE). Em um discurso de cerca de 40 minutos, Von der Leyen pintou um quadro sombrio sobre o estado atual das relações UE-China, descrevendo-as como “mais distantes e mais difíceis”.

Von der Leyen tem uma viagem programada à China na próxima semana com o presidente da França, Emmanuel Macron. O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, por sua vez, iniciou nesta quinta-feira uma visita a Pequim e deve ser reunir na sexta-feira com o presidente chinês, Xi Jinping.

— Devemos ser francos. A forma como a China continuar a interagir com a guerra de (Vladimir) Putin será um fator determinante para o futuro das relações União Europeia-China — disse Von der Leyen em um discurso em um centro de pesquisas políticas em Bruxelas.

Em seu discurso, Von der Leyen repassou a história das relações com a China e examinou o futuro dos contatos após a guerra na Ucrânia. Ela lembrou que o presidente chinês fez recentemente uma visita à Rússia e não foi explícito em sua condenação à invasão russa da Ucrânia.

— Longe de estar frustrado com a atroz e ilegal invasão da Ucrânia, o presidente Xi mantém sua ‘amizade sem limites’ com a Rússia de Putin — lamentou. — Como membro permanente do Conselho de Segurança, a China tem uma responsabilidade de resguardar os princípios e valores da Carta da ONU. E tem a responsabilidade de desempenhar um papel construtivo no avanço de uma paz justa.

Ao comentar a proposta de paz apresentada pela China para o conflito na Ucrânia, Von der Leyen destacou que apenas Kiev pode definir “os termos de uma paz justa, que requer a retirada de tropas” de seu território.

— Qualquer plano de paz que consolide as anexações russas (de territórios da Ucrânia) simplesmente não é um plano viável — disse, destacando ao mesmo tempo, que a UE não pode dar as costas a um ator internacional da magnitude da China. — Nossas relações não são apenas preto ou branco. E nossas respostas tampouco. Por isso, nós temos que nos concentrar em eliminar os riscos da relação, não em desconectar. Uma desconexão da China não é viável, nem é do interesse da Europa. A China é um sócio comercial fundamental.

A presidente da Comissão Europeia ainda acusou o governo de Pequim de ter violado as regras do livre comércio, intimidado países de pequena dimensão, violado os direitos humanos, endurecido a sua posição militar e intensificado as campanhas de desinformação e coerção em todo o mundo.

Sánchez condena invasão

Já o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, aproveitou sua visita a Pequim para criticar a “agressão brutal e ilegal” da Rússia contra a Ucrânia, mas elogiou os esforços diplomáticos da China.

— A humanidade está enfrentando desafios globais de uma escala sem precedentes: a emergência climática, a pandemia e a agressão brutal e ilegal da Rússia contra a Ucrânia — afirmou Sánchez na presença do primeiro-ministro chinês Li Qiang. — É essencial reconstruir a confiança por meio do diálogo, da solidariedade e da cooperação. Neste sentido, celebro a intensificação dos contatos diplomáticos das autoridades chinesas com líderes de todo o mundo. Reflete um alto grau de responsabilidade. Com informações de O Globo.

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