
O prefeito de Santo Antônio do Içá, Walder Ribeiro Da Costa, mais conhecido como “Cecéu” declarou no domingo, 27, que os relatos de estupro sofrido por uma mulher indígena da etnia Kokama no 53º DIP, são falsos, que o julgamento dos policiais militares acusados foi feito pela televisão e pela mídia, sem que os mesmos fossem sequer investigados e tivessem direito à defesa.
Conforme o prefeito, tanta a justiça quanto o Ministério Público decidiram ‘sem saber de nada, sem saber realmente o que aconteceu, e que não acredito que os policiais presos tenham culpa de alguma coisa.
“O Ministério Público pediu a prisão deles, né? O juiz decretou a prisão dos caras, né? Quer dizer: eles foram presos, sei lá, sem se defender, né”? pondera.
Walder Ribeiro “Cecéu” duvidou, ainda, da veracidade da foto da indígena deitada no chão da delegacia com o filho recém-nascido, afirmando que a imagem foi produzida a pedido do advogado contratado pela vítima.
Ele questionou, também, o exame de corpo de delito do IML-Manaus aceito pela Justiça, que atesta que a indígena teria sido violentada sexualmente, depois de tanto tempo fora da prisão de Santo Antônio do Iça.
“Como é que a justiça aceita um negócio desse? indaga. Depois de não sei quantos tempos fizeram o exame de corpo de delito na mulher. Dizem que fizeram, não sei se fizeram”, ressalta.
Após criticar a Justiça e o Ministério Público e de defender com veemência os supostos envolvidos, o prefeito acusou a vítima de ser dependente química e de não pertencer à etnia Kokama. “Ela parece que não é muito normal. Como vou acreditar que esses policiais tiveram relação sexual com essa mulher”.
Para entender
Depois de ser transferida para Manaus, a indígena foi submetida à exame de corpo de delito no IML O diagnóstico legista apontou fissura no ânus, equimoses arroxeadas no tórax (mama direita), abdômen e região cervical, lesões compatíveis com as produzidas por instrumento contundente e cronologia compatível com o histórico produzido pela indígena seviciada.
Segundo relato da vítima, os crimes teriam sido praticados ao longo de nove meses, dentro da unidade policial, em Santo Antônio do Iça por quatro policiais militares e um guarda municipal.
Os abusos, descritos como estupros recorrentes e coletivos, ocorreram na presença do filho recém-nascido da vítima, de apenas 20 dias. Além disso, a mulher ficou presa em cela masculina, sem receber cuidados médicos ou psicológicos após o parto.
Os policiais militares presos foram identificados como Claudemberg Lofiego Cacau, Luiz Castro Rodrigues Júnior, Nestor Martin Ruiz, Sebastião Gomes de Melo e Osiel Freitas da Silva, além do guarda municipal Maurício Faba Nunes.










