Fotos - Divulgação / Semsa

Com participação de mais de 80 pessoas, a webconferência “Diálogos na Atenção Primária à Saúde”, uma iniciativa da Prefeitura de Manaus para fortalecer a qualificação dos servidores da saúde do município, tratou sobre o diabetes gestacional nesta quinta-feira, 1º/9. No encontro, o pré-natal foi destacado como essencial para evitar que a doença resulte em prejuízo à saúde das mães e dos bebês.

O médico obstetra Carlos Henrique Freire, que atua no Ambulatório de Alto Risco do Araújo Lima e que também é professor adjunto da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), participou da conferência virtual e assinalou que o diabetes deve ser uma prioridade global para a saúde devido ao seu impacto na vida das pessoas.

No Brasil, 56,9% da população apresenta excesso de peso e 20% por cento obesidade grave, fatores de risco para a ocorrência desse mal, sinais que devem ser considerados pelos profissionais de saúde. Segundo Carlos Henrique, atualmente 415 milhões de pessoas no mundo sofrem com diabetes.

“Essa doença é responsável por uma morte a cada 6 segundos no mundo. Por isso, as autoridades mundiais já falam em epidemia, porque os gastos com assistência à saúde são elevados para o tratamento. Daí a necessidade do diagnóstico do diabetes gestacional ser uma prioridade, porque esta é a doença que mais apresenta risco de morbidade para a gestantes e também para o bebê”, acentuou o médico obstetra. 

Carlos aconselhou que um cuidado importante a ser considerado é a consulta pré-concepcional pelas mulheres, que permite a avaliação e identificação dos riscos na gestação, entre eles o diabetes.

“Ao mesmo tempo, é importante que, ao engravidar, as mulheres iniciem logo o pré-natal, que permitirá que o diabetes seja identificado e o tratamento iniciado. Em caso positivo, é necessário que a gestante já comece uma dieta, retirando farinha, açúcar, frituras, pães, monitore a glicemia e se atingir os padrões esperados, fazer a insulinoterapia. Por isso, o Hiperdia é um apoio fundamental”, ressaltou o médico.

A técnica da Divisão de Saúde da Mulher da Semsa, enfermeira obstetra Gerda Coêlho, também participou do encontro virtual e falou sobre a importância dos exames do pré-natal para que as condições de saúde da gestante sejam verificadas. Uma vez constatada a doença, a gestante deve ser encaminhada aos ambulatórios de pré-natal de alto risco via Sistema de Regulação (Sisreg).

“É importante destacar que uma vez que uma gravidez de alto risco não descarta o acompanhamento dessa gestante na Atenção Primária à Saúde. Essa gestante passa a ser acompanhada tanto pela atenção básica quanto pela média complexidade”, explicou Gerda.

A chefe do Núcleo de Alimentação e Nutrição, nutricionista Lia Ferreira, e o enfermeiro obstetra Edilson Albuquerque, da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher, também colaboraram destacando a importância de seguir uma dieta saudável e praticar exercícios físicos

O Diabetes em gestantes pode resultar em complicações como óbito fetal, malformações congênitas, parto prematuro, aumento da probabilidade de ocorrência de parto cesárea, hipoglicemia do recém-nascido após o nascimento, aumento do risco de obesidade na infância e adolescência, dentre outras.

As gestantes nessa condição devem ser encaminhadas para acompanhamento no Ambulatório de Pré-natal de Alto Risco (Apnar), que é um serviço de Atenção Especializada. É importante ressaltar que a gestante deve ser orientada a não perder o vínculo com a equipe de atenção básica que iniciou o acompanhamento, o Apnar deve manter a equipe de saúde informada, por meio de contrarreferência.

O pré-natal de alto risco abrange cerca de 10% a 15% do total de gestações, daí a necessidade de ser mantida da vigilância constante a fim de reduzir a morbimortalidade materna e perinatal neste grupo. Dentre as morbidades que levam à estratificação de alto risco, as mais prevalentes são diabetes mellitus, diabetes mellitus gestacional, hipertensão crônica e síndrome hipertensiva específica da gestação.

O diabetes em gestantes pode ocasionar severas complicações como óbito fetal, malformações congênitas, parto prematuro, aumento da probabilidade de ocorrência de parto cesárea, hipoglicemia do recém-nascido após o nascimento, aumento do risco de obesidade na infância e adolescência, dentre outras. 

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