O presidente da Bolívia, Luis Arce, acusou Evo Morales de planejar um golpe de Estado contra o país para tentar concorrer, “por bem ou por mal”, às eleições presidenciais do próximo ano. A declaração aconteceu durante um discurso divulgado nesta segunda-feira (16/9).

A acusação de Arce acontece dias após o ex-presidente boliviano convocar manifestações no país, contra a escassez de combustíveis na Bolívia.

“Vocês começarão uma marcha e depois um bloqueio nacional de estradas, e não está fazendo pela vida, pela democracia ou pela economia, isso nós sabemos todos”, declarou o presidente boliviano. “Se não por sua candidatura, que você quer impor por bem ou por mal”.

Arce, que já foi aliado do líder indígena e chegou a ser ministro na presidência de Morales, disse que o objetivo do ex-presidente é desestabilizar a Bolívia para “encurtar” o seu mandato para que novas eleições sejam convocadas.

Evo Morales, ex-presidente da Bolívia por três mandatos consecutivos entre 2006 e 2019, se distanciou do ex-aliado Luis Arce nos últimos anos após divergências internas no Movimento ao Socialismo (MAS).

O atual presidente boliviano foi expulso da sigla em 2023, após não participar do congresso do partido que confirmou o nome de Evo Morales como candidato nas primárias presidenciais para o pleito de 2025.

No mesmo ano, o líder cocaleiro foi inabilitado pelo Tribunal Constitucional Plurinacional da Bolívia (TCP) de concorrer à Presidência da Bolívia em 2025.

Tentativa de golpe em junho

A Bolívia enfrentou uma tentativa de golpe em junho deste ano, após o ex-comandante do Exército, general Juan José Zúñiga, tentar invadir a sede do governo boliviano.

Forças ligadas a Luis Arce conseguiram resistir, e repeliram a ação. Após ser preso, o general acusou o presidente da Bolívia de orquestrar toda a ação, com o objetivo de aumentar a popularidade do governo pensando nas eleições presidenciais de 2025.

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