O presidente da Câmara Municipal de Jutaí, vereador Edmundo Almeida (União Brasil), está na boca de todos os moradores não só do município mas, também, de cada habitante do Alto Solimões: o parlamentar pagou sem reclamar, feliz da vida – e até comemorou – R$ 30 mil por um porco assado.
A lambança aconteceu durante o leilão beneficente realizado na noite de quarta-feira, 30, do mês passado, durante as festividades em homenagem a São José Operário, padroeiro do município.
No Jutaí, São Paulo de Olivença, Benjamin Constant, Tabatinga, Atalaia do Norte, Tonantins e já beirando a Santo Antônio do Içá, Tefé e Coari, a pergunta é uma só: “onde Edmundo encontrou tanto dinheiro para empanturrar nababescamente o estômago com um porco que não é de ouro e nem de prata, mas que pagou R$ 30 mil para felicidade da paróquia de São José.
Milagre do padroeiro? Ninguém sabe dizer. Pela religiosidade do povo, melhor é não brincar com santo para não ser castigado.
Nem mesmo por isso, a curiosa e estranha história do porco do Edmundo deixou de ser assunto e motivo de perplexidade. Nas canoas de pescadores, nas roças, na alta floresta, nos bares e cantinas, escolas, postos médicos, nas esquinas enlameadas das ruas, o assunto se repete invariavelmente como se não existisse outros: qual o pote de ouro que o Edmundo tirou R$ 30 mil para comer um porco assado.
O motivo para tanto espanto e que tem deixado a população encafifada e de orelhas em pé não é tanto o valor do porquinho que, de acordo com a sabedoria humanista de muitos, podia valer muito mais. A questão é o modesto subsídio de menos de R$ 10 mil pagos a Edmundo como contrapartida de suas atividades parlamentares.
O vereador até o momento não se explicou. Talvez, porque o dinheiro é dele e não deva satisfação à ninguém. Será? Não é bem assim. Edmundo é uma figura pública e deve, sim, satisfação para a sociedade, constituída pelo povo e entidades que o representam, como Ministério Público, por exemplo.
De onde Edmundo tirou R$ 30 mil para pagar por um porco assado e empanturrar o estômago, nababescamente?
