
O presidente interino da Síria, Ahmed Hussein al-Sharaa, desembarcou neste sábado (8) nos Estados Unidos para uma visita oficial. A chegada ocorre um dia após a retirada de seu nome da lista de terroristas dos EUA, um movimento que abre caminho para uma nova era nas relações entre os dois países.
Al-Sharaa, cujas forças rebeldes foram responsáveis pela queda do ditador Bashar al-Assad no final de 2024, tem encontro marcado com o presidente norte-americano Donald Trump na próxima segunda-feira. Durante esta visita histórica, o regime de Damasco é esperado para assinar um acordo que o integrará à coalizão internacional antijihadista liderada pelos Estados Unidos, conforme informou o enviado americano para a Síria, Tom Barrack.
A suspensão da recompensa de 10 milhões de dólares pela prisão de Al-Sharaa pelos EUA, logo após a deposição de Assad, já sinalizava a aproximação. Al-Sharaa já havia se reunido com Trump em Riad e foi o primeiro presidente sírio a discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas em décadas, em setembro.
Interesses Mútuos e Fim das Sanções
Os Estados Unidos planejam estabelecer uma base militar perto de Damasco, enquanto a Síria, emergindo de mais de 13 anos de guerra civil, busca garantir fundos para um projeto de reconstrução estimado em mais de 216 bilhões de dólares pelo Banco Mundial.
A remoção de Al-Sharaa da lista de terroristas era aguardada, com o Departamento de Estado americano confirmando que seu governo cumpriu exigências, incluindo cooperação na busca por cidadãos americanos desaparecidos e a eliminação de armas químicas remanescentes. Na quinta-feira, os EUA lideraram uma votação no Conselho de Segurança da ONU para suspender sanções contra Al-Sharaa, que antes exigiam autorização para suas viagens internacionais.
A resolução da ONU elogiou o compromisso de Al-Sharaa, que há um ano liderava o grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), antigo braço sírio da Al Qaeda, em combater o terrorismo. O HTS, inclusive, foi removido da lista de organizações terroristas de Washington em julho. Desde que assumiram o poder, os novos líderes da Síria têm trabalhado para projetar uma imagem mais moderada e romper com o passado extremista e violento.
Com informações de Metrópoles










