Ministro da Justiça também afirma não estar aconselhando Lula sobre o novo ministro que substituirá Barroso

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou na última sexta-feira (10) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fará a indicação do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) apenas após retornar da Itália, onde participa do Fórum Mundial da Alimentação 2025, em Roma.

“Eu, como cidadão, quero que haja alguém que tenha os requisitos constitucionais, notável saber jurídico e reputação ilibada. Essa é uma decisão pessoal do presidente, e ele não precisa consultar ninguém”, afirmou Lewandowski.

A vaga foi aberta com a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso, anunciada na quinta-feira (9). Aos 67 anos, Barroso poderia permanecer no cargo até os 75, idade limite para os ministros da Corte.
Em setembro, ele havia transferido a presidência do STF ao ministro Edson Fachin, encerrando um ciclo de forte protagonismo na Suprema Corte.

Lewandowski elogiou o colega aposentado, classificando Barroso como “um intelectual de proa” e afirmando que ele “desempenhou um excelente trabalho no Supremo”.

Terceira indicação de Lula ao STF

A escolha do sucessor de Barroso será a terceira indicação de Lula ao Supremo Tribunal Federal em seu atual mandato. A decisão deve ser anunciada ainda neste mês, após o retorno da viagem presidencial.

O ministro da Justiça reforçou que não participa das discussões internas e não tem preferência por nomes.

“Essa é uma decisão pessoal do presidente, e ele não precisa consultar ninguém”, reiterou.

Contexto político e expectativa

A nova indicação reacende o debate político em torno do perfil desejado por Lula para o Supremo. O presidente tem optado por nomes com trajetória jurídica consolidada e histórico de alinhamento institucional, o que reforça o peso político de sua próxima escolha.

O substituto de Barroso herdará um tribunal em momento de transição, com temas de grande repercussão no plenário — entre eles, a descriminalização do porte de drogas para consumo pessoal e a regulação das redes sociais.

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