O juiz Luiz Carlos Valois, da Vara de Execuções Penais, em entrevista ao Bom Dia Amazonas, na manhã desta terça-feira disse que sempre foi contra a transferência de presos amazonenses para os presídios federais, os chamados de Regime Disciplinar Diferenciado. De acordo com o magistrado, os detentos entram em uma espécie de “universidade do crime” e voltam para Manaus bem preparados pelos integrantes do Primeiro Comando da Capital, facção criminosa de São Paulo. "Você coloca eles no presídio federal, afasta aquele problema durante um tempo e depois o problema vem pior, muito mais agravado para o Amazonas", disparou.

“Só são mandados pobres e miseráveis que a família não tem condições de visitá-los”, disparou o magistrado, afirmando que o Primeiro Comando da Capital, ao tomar conhecimento disse bancam a ida e estadia dos familiares destes presos que estão nos presídios federais.

De acordo com Valois, quando eles voltam para Manaus, vem devendo favores aos integrantes do PCC e tem de pagar a dívida com a facção criminosa.

Outro problema, com a volta dos detentos, de acordo com o juiz, diz respeito ao fato de que ao deixar a unidade cumpria, ele era considerado um líder “isso sempre existiu dentro dos presídios”, seu espaço já foi ocupado por outro preso e começa as disputas levando a rebeliões e motins.

Luiz Carlos, também disse que existe uma falta de comunicação entre a Secretaria de Justiça, a de Segurança Pública e o Judiciário. A prova disso, de acordo com o magistrado foi a transferência em outubro deste ano de Alan de Souza Castimário, o “Nanico”, 33, Genildo da Silva Saraiva, o “Candiru”, Ramerson Albuquerque de Oliveira, o “Gogonha” e Gregório Graça Alves, o “Mano G”, sem uma manifestação do Poder Judiciário.

Volta de Nanico

Alan Castimário, o “Nanico”, apontado como um dos líderes da facção criminosa Família do Norte (FDN) e suspeito de comandar o tráfico de drogas em Manaus e de ter envolvimento em pelo menos 13 homicídios, é um dos detentos que volta do presídio federal para o sistema prisional da capital.

Além de Nanico, devem voltar para Manaus na próxima semana, Genildo da Silva Saraiva, o “Candiru”, Ramerson Albuquerque de Oliveira, o “Gogonha” e Gregório Graça Alves, o “Mano G”.

Para Luis Carlos, a volta de “Nanico” apontado pela polícia como preso de alta periculosidade, é apenas mais um. “Temos muitos presos de alta periculosidade no sistema prisional em Manaus”, declarou.

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