
O presidente nacional do PL (Partido Liberal), Valdemar Costa Neto, recuou nesta segunda-feira (15) e disse que nunca reconheceu um plano de golpe de Estado.
“Durante um evento realizado no interior de São Paulo, uma declaração minha acabou sendo interpretada de forma equivocada e gerou repercussão. Por isso, considero importante esclarecer de maneira objetiva o que foi dito”, disse Valdemar.
“É claro que eu não falei nesse sentido. Minha fala foi feita com uma condicionante: se tivesse, imagine que tivesse, vamos supor que tivesse… Foi no campo do imaginário. E está claro: nunca houve planejamento, muito menos tentativa. O próprio ministro do Supremo Luiz Fux já confirmou isso”, prosseguiu.
No último sábado (13), durante o evento “Rocas Festival – Pista Central”, Valdemar disse: “Houve um planejamento de golpe, mas nunca teve o golpe efetivamente. No Brasil, a lei diz o seguinte: se você planejar um assassinato, planejou tudo, mas não fez nada, não tentou, não é crime. O golpe não foi crime.”
A fala aconteceu após a condenação na Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) dos réus do núcleo considerado crucial na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve uma pena de 27 anos e três meses de prisão.
“STF decidiu, temos que respeitar”
Ainda no sábado, ao lado do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, Valdemar confirmou que a condenação de Bolsonaro era um “grande problema”, mas que, como uma decisão tomada pela Suprema Corte, deveria ser respeitada.
“O grande problema é o seguinte: o Supremo decidiu, nós temos que respeitar. Mas o Supremo só está fazendo isso porque tem apoio do governo, o Lula está do lado deles. Então, esse é o grande problema que nós enfrentamos”, declarou.
O ex-chefe do Executivo teve voto para condenação de quatro ministros da Primeira Turma — Alexandre de Moraes (relator), Cristiano Zanin (presidente do colegiado), Cármen Lúcia e Flávio Dino — contra um de Luiz Fux, que pediu pela absolvição do ex-mandatário.
A condenação do ex-presidente foi para os crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.
Apoio de Kassab
Outro ponto também envolve uma possibilidade de anistia para Bolsonaro e outros condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Para o presidente do PL, o projeto, que está parado na Câmara desde 2024 e é motivo de impasse para a base e a oposição ao governo, precisa do apoio de Kassab.
“Na luta que nós vamos ter, que a nossa luta para recorrer, esquece Supremo, isso já acabou. Agora temos que resolver Senado e Câmara, de aprovar a anistia, e isso, nós precisamos muito do apoio do Kassab”, disse Valdemar.
Kassab tem declarado publicamente apoio a uma diminuição da intensidade das penas aos condenados, mas evita compactuar com uma anistia ampla o suficiente para englobar Bolsonaro.
Congresso na palma da mão
Ao ser questionado sobre medidas que o governo federal deveria adotar para dar mais segurança à população, Valdemar criticou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e fez menção à força da necessidade da direita e centro-direita brasileiras hoje no Congresso Nacional.
O presidente do PL afirmou que é preciso existir um governo de direita e com o “Congresso na palma da mão”. Valdemar gere hoje o maior partido nas duas Casas Legislativas, tanto na Câmara quanto no Senado.
Na sequência, aparece a recém-formada federação União Progressista, de PP e União Brasil, que juntos somam 20% do Congresso.
Com informações de CNN Brasil.










