Priscila Sztejnman participou do programa "IstoÉ Gente Entrevista" Foto: Léo Monteiro/IstoÉ

Priscila Sztejnman, 36 anos de idade, foi a convidada do “IstoÉ Gente Entrevista” desta semana. A atriz, autora e roteirista falou sobre o lançamento de seu livro, “Nasceu Menina”, em que aborda situações de abuso contra a mulher.

“Dois temas muito fortes no conto são abuso e assédio, e um movimento, infelizmente, muito forte que está acontecendo é que sempre que eu participo de algum evento literário sobre o conto, muitas mulheres compartilham histórias muito tristes comigo. Mas é uma coisa assim, 100%. E aí dá a sensação que, infelizmente, 100% das mulheres têm alguma história de assédio na vida”, lamenta.

“Sinto que a gente precisa falar mais sobre isso, porque enquanto isso estiver obsceno, que é fora da cena, estiver nos bastidores, estiver no obscuro, corre o risco de acontecer cada vez mais. E quando a gente traz o assunto, a gente transborda pautas que são muito necessárias de serem transformadas. E a transformação, eu acho que só vem pela conversa, pela legitimação, e aí, sim, pela transformação”, completa.

Mãe de Rosa, de 6 anos de idade, a artista aproveitou a ocasião para abrir o jogo sobre como lida com a maternidade, compartilhou episódios da criação da filha, e recordou  a sua personagem Helena, na novela “Vai na Fé” (2023), da Globo.

“A Helena se relacionava com a personagem da Regiane Alves, que sofria violência do marido. É muito bom poder verbalizar enquanto violência, porque para descaracterizar a violência apenas como o âmbito físico, existem várias camadas de violência Existe a violência física, existe a violência psicológica e eu acho que ali, o que a personagem sofria foi a violência psicológica quebrando a autoestima da mulher. E foi isso que a Helena trouxe para ela a partir de uma perspectiva muito interessante que é: quem realmente é capaz de ajudar o outro é o outro. A própria pessoa tem dentro de si o potencial de evolução”, argumenta.

Descontraída, Priscila ainda relembrou sua experiência em Israel, quando trabalhou como jardineira e em um hospital local.

“Fui morar um ano em Israel, onde eu estudei em uma faculdade de educação não-formal, eu trabalhei, eu estudei e trabalhei no Kibutz – comunidade agrária israelita”, conta.

“Eu fazia parte de um movimento juvenil, socialista, e aí, com 18 anos, você tinha a sua opção dentro do programa, é como se fosse um escoteiro, só que com uma ideologia forte. Trabalhei em um centro de absorção para etíopes como professora auxiliar, trabalhei em um hospital em Jerusalém como palhaça médica. Lá, eu escrevi uma peça de teatro em hebraico, atuei em hebraico, trabalhei como jardineira também”, completa.

Com informações de IstoÉ

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