Imagem colorida de professora que morreu atropelada em Alagoas - Metrópoles - Foto: Reprodução

A Polícia Civil de Alagoas investiga as circunstâncias da trágica morte da professora Renata Maria Lima Silvério, de 28 anos, vítima de um acidente de moto no último 7 de junho, na Avenida Fernandes Lima, no bairro do Farol, em Maceió.

Renata, que estava grávida de dois meses, teria perdido o controle da moto após ser assediada por um homem em outra motocicleta, segundo testemunhas. Ao cair na pista, foi atingida por um caminhão e morreu ainda no local.

“Algumas pessoas disseram que um rapaz seguia ela, buzinando insistentemente. Pode ter sido assédio, ou uma tentativa de importunação. Ela se assustou, tocou no retrovisor, perdeu o equilíbrio e caiu”, relatou Francisco Silvério, irmão da vítima.

Assédio como causa do acidente

Segundo os relatos, Renata voltava da faculdade de Medicina Veterinária quando foi abordada por um motociclista. A insistência e a proximidade do homem teriam assustado a jovem, que caiu e foi atropelada.

A família acredita que o caso não pode ser tratado como um simples acidente.

“Se ela caiu por causa de alguém que a assediou, isso não é acidente. Isso é crime. Queremos saber a verdade. Se houver um culpado, que ele responda por isso”, reforçou Francisco.

A Polícia Civil confirmou que está apurando os fatos e ouvindo testemunhas, mas ainda não divulgou mais detalhes para não comprometer as investigações.

Caso repercute na Assembleia Legislativa

A morte de Renata gerou comoção social e chegou ao plenário da Assembleia Legislativa de Alagoas. A deputada estadual Cibele Moura (MDB) usou a tribuna para cobrar celeridade e rigor nas investigações:

“Uma jovem foi assediada, se desequilibrou e morreu atropelada. Isso não pode passar impune. É preciso tratar com seriedade a violência que as mulheres enfrentam, inclusive no trânsito”, disse, visivelmente emocionada.

Sonhos interrompidos

Renata era professora da rede municipal, casada e sonhava em atuar como médica veterinária. Havia descoberto a gravidez poucos dias antes do acidente.

“Ela era uma pessoa doce, estudiosa, apaixonada por animais. Estava muito feliz com a gravidez e com os novos planos de vida”, contou o irmão.

Violência disfarçada de cotidiano

O caso de Renata levanta um alerta para a violência silenciosa enfrentada por mulheres no trânsito. Situações de assédio, perseguição e importunação sexual sobre duas rodas são comuns, mas frequentemente subnotificadas.

O Brasil ainda carece de leis específicas que tratem do assédio no trânsito como violência de gênero, o que dificulta a punição adequada nesses casos.

O que diz a lei?

Segundo o Código Penal, assédio e importunação sexual são crimes com penas que podem chegar a cinco anos de prisão. Se houver morte em decorrência da conduta, o autor pode responder por homicídio doloso ou com dolo eventual, dependendo da análise do caso.

Justiça por Renata

Enquanto aguarda a conclusão da investigação, a família da professora clama por justiça.

“Queremos paz. Mas para isso, precisamos de respostas. Precisamos saber se foi realmente um acidente — ou se ela morreu vítima de um crime”, concluiu Francisco.

Com informações de Gazetaweb

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