Protocolado pelo vereador Professor Gedeão Amorim (PMDB), o projeto de lei 226/2017, que prevê ações de combate ao jogo, brincadeira ou evento que induzam os jovens a mutilações corporais e até ao suicídio será discutido em plenário na Câmara Municipal de Manaus (CMM) nas próximas semanas.
A proposta tem como principal objetivo sensibilizar os professores, gestores, pais, familiares e responsáveis a identificarem comportamentos estranhos e, sobretudo, conversarem e conscientizarem os adolescentes a respeito das consequências de práticas perigosas. “Com os jovens que apresentam tendência à depressão, a atenção deverá ser redobrada. Nossa proposta é que o município tome a frente dessas ações, sistematizando para que ela aconteça em todas as escolas de Manaus”, explica Gedeão.
Recentemente o jogo Blue Whale (baleia azul), conhecido como o jogo suicida, ganhou destaque nos noticiários e entre os jovens do mundo. “Esse é um jogo viral, que manipula os adeptos a cumprirem desafios, dentre eles a autoflagelação, tendo como última missão, de um total de 50, o suicídio. Para jogar é necessário receber um convite através das redes sociais e aceitar os desafios que devem ser publicados para comprovar o cumprimento da missão”, informa o vereador.
Preocupação
O jogo baleia azul não é o único que preocupa o parlamentar. “Existem outros jogos que também são praticados entre os adolescentes e crianças. Jogos de asfixia e invocação de espíritos. Aqui em Manaus, tivemos nas escolas em 2015, uma onda desses jogos que foram parar, inclusive, na imprensa. E recentemente, depois do jogo Baleia Azul, tivemos uma caso de um estudante que estava se mutilando e que a mãe conseguiu intervir antes que algo pior acontecesse. Por isso, devemos conscientizar também os pais”, esclarece Gedeão.
A preocupação com os jogos aumentou no ano passado, quando diversas fontes divulgaram, sem confirmação, 130 suicídios pelo mundo, supostamente vinculados a comunidades virtuais identificadas como “grupos da morte”.
No Brasil, uma menina de 16 anos morreu no Mato Grosso após se afogar em uma lagoa na região central de Vila Rica, a cerca de 1.200 km de Cuiabá. A principal suspeita da polícia é a de que a jovem, que apresentava cortes nos braços, participava do jogo da Baleia Azul. Já em Pará de Minas, foi encontrado no celular do rapaz um grupo de whatsapp chamado “Blue Whale” (Baleia Azul, em inglês) com pessoas de diversas regiões do país e onde ele enviou uma mensagem de despedida pouco antes de se matar.