O presidente do PSDB paulista, Paulo Serra, diz que conversas com Gilberto Kassab, do PSD, avançaram bastante

Em meio a uma grave crise de representatividade, o PSDB iniciou tratativas para uma possível fusão com o PSD, liderado por Gilberto Kassab. A articulação, revelada pelo jornal Estado de S.Paulo, ocorre em um momento crítico para o partido, que enfrenta sucessivas derrotas eleitorais, perda de quadros importantes e um processo de esvaziamento político desde 2022.

Na última quinta-feira (2), o presidente do PSDB em São Paulo e ex-prefeito de Santo André, Paulo Serra, reuniu-se com Kassab para discutir a possível união. Serra demonstrou otimismo com as negociações. “Tivemos uma boa conversa, e essa questão da fusão do PSDB com o PSD está avançando bastante”, afirmou. Ele também destacou que a união com outras legendas pode ser crucial para o futuro do partido. “Nós precisamos crescer, e a fusão, incorporação ou federação podem ser alternativas.”

O PSDB, que já foi uma das forças políticas mais influentes do Brasil, tem enfrentado uma série de dificuldades nos últimos anos. Em 2022, o partido não lançou candidato à Presidência, uma decisão criticada por líderes como Marconi Perillo, ex-governador de Goiás, e vista como um erro estratégico.

Nas eleições municipais mais recentes, o partido não conseguiu eleger vereadores em São Paulo e Belo Horizonte, dois dos maiores colégios eleitorais do país. Além disso, a tentativa de aliança com o Cidadania foi marcada por conflitos internos, reduzindo o alcance da estratégia. Atualmente, o PSDB avalia também ampliar a federação com o Solidariedade, mas a fusão com o PSD tem ganhado força como o caminho mais viável.

Sobrevivência e cláusula de barreira

A possível fusão é considerada essencial para que o PSDB consiga superar a cláusula de barreira nas eleições de 2026. A regra exige que os partidos obtenham um número mínimo de votos para a Câmara dos Deputados, o que garante acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda na TV.

Apesar de divergências internas e da necessidade de aprovação de aliados como o Cidadania, Paulo Serra acredita que a união com o PSD pode fortalecer ambas as siglas. Por outro lado, Gilberto Kassab, conhecido por sua habilidade em articulações no centro político, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o tema.

Cenário político incerto

Especialistas apontam que o declínio do PSDB reflete mudanças profundas no cenário político brasileiro, com a ascensão de novos protagonistas e o enfraquecimento das siglas tradicionais. A fusão com o PSD, ou uma eventual incorporação, pode ser o início de um recomeço para os tucanos, mas o sucesso da estratégia dependerá de ajustes internos e de uma plataforma que reconecte o partido com os eleitores.

Enquanto isso, as negociações seguem em curso, podendo definir não apenas o futuro do PSDB, mas também as articulações para as eleições presidenciais de 2026.

 

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