Qualquer ataque contra uma central nuclear é “suicida”, alertou nesta segunda-feira (8) o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, depois que um novo bombardeio atingiu um complexo nuclear no sul da Ucrânia.

Rússia e Ucrânia trocam acusações pelos ataques à usina de Zaporizhzhia, o maior complexo nuclear da Europa, que está sob controle russo desde março.

Os confrontos de sexta-feira na central levaram o diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, a alerta para um “risco muito real de desastre nuclear”.

Em uma entrevista coletiva em Tóquio, Guterres condenou os ataques, sem responsabilizar nenhuma parte.

“Respaldamos a AIEA em seus esforços para criar as condições de estabilização desta usina”, disse.

“Qualquer ataque contra uma central nuclear é uma coisa suicida. Espero que os ataques terminem e, ao mesmo tempo, espero que a AIEA consiga ter acesso ao local”, completou.

O secretário-geral da ONU fez as declarações depois de visitar Hiroshima no fim de semana, onde discursou por ocasião do aniversário de 77 anos do primeiro ataque com bomba atômica no mundo.

O português de 73 anos também fez uma dura advertência sobre os horrores das armas atômicas há uma semana em Nova York, durante uma conferência do Acordo de Não Proliferação Nuclear (TNP).

A humanidade está “a apenas um mal-entendido, a um erro de cálculo da aniquilação nuclear”, disse Guterres, antes de pedir ao mundo para se desfazer de suas armas nucleares, “a única garantia de que nunca serão utilizadas”.

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