
A visita da Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados ao Aterro Sanitário de Manaus, a pedido de Amom Mandel, é um sinal claro de que o problema deixou de ser apenas local. A ação nasce de denúncias de moradores sobre falta de consulta pública e ganha peso político com a presença de parlamentares federais. Quando Brasília precisa entrar em cena, é porque as respostas locais já não convenceram. O lançamento do documentário “O Peso do Lixo” durante a vistoria reforça a mensagem: o lixo virou pauta política e ambiental, e a gestão municipal está sob lupa.
Previdência no centro da mira
O Ministério Público do Amazonas abriu um inquérito pesado e montou força-tarefa para investigar até R$ 300 milhões em aplicações da Amazonprev realizadas em 2024 sem passar pelo Conselho de Administração. O detalhe mais sensível está nas entrelinhas: parte dos investigados teria foro privilegiado. Dinheiro da aposentadoria do servidor é território sagrado. Qualquer suspeita de mau uso tem potencial explosivo e efeito devastador — político, jurídico e social.
Alerta máximo
Não se trata apenas de números ou de procedimentos administrativos. Trata-se de confiança. Quando se mexe em fundo previdenciário, mexe-se com o futuro de milhares de servidores. Se houver confirmação de irregularidades, o estrago não será apenas institucional. Será eleitoral.
Discurso afinado com a base
Após a aprovação do PL da Dosimetria no Senado, o deputado Capitão Alberto Neto subiu o tom contra o STF e adotou uma retórica que conversa diretamente com o eleitorado conservador. Falar em abuso, arbitrariedade e “ditadura da toga” não é improviso — é posicionamento político claro mirando 2026. O discurso cola na base, gera engajamento e marca território.
Pena como símbolo
O caso da mulher condenada por pichar a estátua da Justiça virou o símbolo perfeito para sustentar a narrativa da desproporcionalidade das penas. É um argumento que simplifica o debate jurídico, mas funciona politicamente. Justiça desarmônica vende mais do que tecnicalidade legal — e rende voto.
Marco temporal enterrado, conflito reaberto
O STF enterrou de vez o marco temporal, mas deixou uma bomba-relógio armada. Sem consenso sobre indenizações a produtores rurais, o conflito no campo tende a aumentar. O Congresso já se mexe e o tema volta ao centro do embate entre Poderes. O assunto está longe de encerrar — apenas mudou de fase.
Elas no comando
O TRE-AM fecha o primeiro ano da gestão Carla Reis com um feito histórico: presidência e vice ocupadas por mulheres e um Pleno majoritariamente feminino. Não é apenas simbólico. Os números mostram atuação firme, especialmente no combate à fraude à cota de gênero. No Amazonas, o recado está dado: cota não é figurino de campanha.
Cota deixou de ser enfeite
Cassações confirmadas pelo TSE mostram que o Tribunal local resolveu levar a sério a regra do jogo. Quem insistir em burlar a legislação eleitoral pode perder o mandato. Simples assim.
Turismo virou vitrine
O balanço da Amazonastur aponta 2025 como o melhor ano do turismo no Amazonas desde a pandemia. Mais voos, mais turistas, mais dinheiro circulando. Em meio a tantas crises, o setor virou uma das vitrines positivas do governo Wilson Lima — e isso não passa despercebido no tabuleiro político.
Cultura que resiste
A exposição de Zeca Nazaré no CAUA encerra com um recado silencioso, mas potente: cultura também é economia, identidade e permanência. Quarenta anos de trajetória, diálogo com inteligência artificial e obras acessíveis mostram que a arte amazônica não apenas resiste — se reinventa.







