No primeiro semestre deste ano, 3.792 mulheres foram atendidas no Centro de Referência dos Direitos da Mulher (CRDM), gerido pela Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Direitos Humanos (Semmasdh), para prestar assistência às mulheres vítimas de violência física, psicológica, sexual, moral ou patrimonial.
O CRDM está localizado na rua Araxá (antiga rua 4), na praça do conjunto Duque de Caxias, nº 244, bairro Flores, na zona Centro-Sul da capital. Atualmente, o espaço oferece atendimento a 78 mulheres e 30 ex-presidiárias, que recebem acompanhamento especializado com atendimento psicossocial e jurídico, orientação, cursos de qualificação, palestras e arte-terapia.
A subsecretária Municipal de Políticas Afirmativas para Mulheres, Socorro Sampaio, destacou que a maioria das vítimas sofrem em decorrência da vulnerabilidade social e violência doméstica. Segundo ela, o espaço é dedicado especialmente à proteção dessas mulheres.
“O prefeito Arthur Virgílio Neto, quando criou o CRDM, foi com a ideia de fortalecer a rede de proteção à mulher. Hoje, nós fazemos parte desta equipe e trabalhamos diariamente para que mais e mais mulheres sejam empoderadas, acolhidas e apoiadas. Lutamos lado a lado para que elas tenham forças para quebrar o ciclo dessa violência que só aumenta em nossa cidade e o resultado tem sido positivo”, disse.
A artesã Maria S. F. G., 52, sofreu violência doméstica durante cinco anos. Após receber acompanhamento no Centro de Referência conseguiu retomar sua vida. Hoje ela estuda, pratica esporte e é feliz.
Emocionada, Maria ressaltou que o apoio do espaço foi fundamental para recuperação de autoestima e qualidade de vida.
“A Subsecretaria foi o salva-vidas que me resgatou de um mar de infelicidade e tortura. Eu sei que há muitos obstáculos para as vítimas enxergarem que estão sendo maltratadas, mas existem lugares e pessoas que podem interferir nessa violência e devolver a esperança. Mulheres lutem pelos seus direitos, não desistam, não percam tempo, busquem pela libertação”.
A ex-presidiária Adilhamar Mendonça Botelho (conhecida como Martha), 50, vítima da vulnerabilidade social, buscou ajuda no CRDM devido à falta de oportunidade. Ela é idealizadora do projeto Filhas de Sião, que busca a recuperação mental e física de presidiárias.
“Quando sai da penitenciária experimentei o preconceito e o desprezo da sociedade. Sempre sai de casa cedo em busca de um trabalho digno e muitas portas me foram fechadas. Hoje, graças a Deus, conto com o acolhimento do Centro de Referência que me tirou do fundo do poço. Esse espaço, além de me proporcionar o tratamento adequado, me ajuda a levar esperança a outras mulheres”, disse.
CRDM
Inaugurado no dia 30 de junho de 2016, o Centro de Referência dos Direitos da Mulher funciona de segunda a sexta-feira, a partir das 8h. O espaço é constituído por assessoria técnica, jurídica, social e psicológica. São mais de dez profissionais especializados que atuam em combate ao crime contra a mulher.
No local, são oferecidos atendimentos para mulheres em situação de risco pessoal e social por ocorrência da violência; atendimento psicológico individual e em grupo para a mulher e seus filhos; atendimentos, fortalecendo os mecanismos, resgate da autoestima e reduzindo danos; atendimento pedagógico identificando o nível de escolaridade e encaminhamento para rede educacional; e a arte-terapia também será trabalhada como alternativa para potencializar a criatividade e o desejo de transformação social.
Denúncias
As mulheres vítimas de qualquer tipo de violência ou vulnerabilidade social devem denunciar através dos números 180 (Central de Atendimento à Mulher) que funciona 24h por dia ou no 190. Os dois canais recebem denúncias que são encaminhadas para a delegacia e órgãos especializados em atendimento à violência contra a mulher.
A denúncia também pode ser oficializada nas duas unidades de atendimento especializado em violência contra a mulher. Na Delegacia Especializada em Crimes contra a Mulher (DECCM) – Zona Centro-Sul que fica na av. Mário Ypiranga Monteiro, bairro Parque 10 de Novembro, zona Centro-Sul; e na Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM) localizada na av. Nossa Senhora da Conceição, Cidade de Deus, na zona Norte de Manaus.