Raquel de Souza Lopes (à esquerda), Rosana Maciel Gomes e Michely Paiva Alves (à direita) Foto: Reprodução

Pelo menos quatro fugitivas pelos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023 — quando bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília (DF) — foram presas por tentar entrar ilegalmente nos Estados Unidos, sendo três delas após a posse de Donald Trump, em janeiro de 2025.

Segundo o UOL, a ICE, Polícia de Imigração e Alfândega dos EUA, informou que as foragidas “aguardam a expulsão para seus países de origem”. As mulheres encontram-se detidas há mais de 50 dias. Três delas foram condenadas por crimes nos atos golpistas, como tentativa de golpe de Estado, e uma é ré com mandados de prisão no Brasil.

As quatro mulheres integravam o grupo de militantes que fugiu para a Argentina no primeiro semestre de 2024. No final daquele ano, o STF (Supremo Tribunal Federal) enviou pedidos de extradição. Então elas resolveram fugir novamente, mas dessa vez aos EUA, com o objetivo de conseguir refúgio político com o governo Trump.

O serviço de patrulhamento das fronteiras não detalhou “por questões de privacidade” em que condições as quatro mulheres foram detidas — se em postos de imigração ou em locais na fronteira, onde a travessia costuma ser feita com coiotes.

Quem são as fugitivas

Raquel de Souza Lopes, de 51 anos, é natural de Joinville (SC). Ela foi condenada a 17 anos de prisão por cinco crimes, como golpe de Estado, associação criminosa e dano ao patrimônio público, e possui mandado de prisão aberto no Brasil. Ela nega que tenha destruído bens.

No mês de abril 2024, ela fugiu com um grupo de militantes por meio do norte de Santa Catarina para a Argentina. Ela permaneceu no País vizinho até 17 de novembro. Depois, foi para o Chile e cruzou o deserto do Atacama e chegou ao Peru pela cidade de Santa Rosa. Rumo à Colômbia entrou no México, e no dia 12 de janeiro tentou entrar nos EUA pela cidade de La Grulla, no Texas, onde acabou sendo detida. Em 19 de janeiro, transferida para a Unidade de Detenção da ICE EI Valle, em Raymondville (EUA).

Rosana Maciel Gomes, 51, é natural de Goiânia (GO). Ela foi condenada a 14 anos de prisão por cinco crimes relacionados ao 8 de janeiro, e há dois mandados de prisão abertos e uma ordem de extradição na Argentina.

Em janeiro de 2024, Gomes fugiu para o Uruguai. No mês de abril, chegou a Buenos Aires, na Argentina, onde permaneceu até novembro. Depois, partiu com um grupo para o México. Ela foi presa no dia 21 de janeiro de 2025 ao tentar entrar nos EUA pela cidade de El Paso. No dia 27 de janeiro, transferida para a detenção da ICE na mesma cidade.

Segundo a defesa no STF, Rosana “entrou no Palácio do Planalto viu que os bens públicos estavam danificados e não danificou qualquer bem, tanto que ficou em estado de choque de ver uma situação daquela”.

Michely Paiva Alves, 38 anos, é de Limeira, em São Paulo. A comerciante é ré por cinco crimes no 8 de janeiro, e tem um mandado de prisão em aberto. De acordo com a Polícia Federal, ela organizou e financiou um ônibus com 30 pessoas de Limeira para Brasília, e admitiu o ocorrido aos investigadores.

A defesa de Alves disse que “não há provas de que a acusada depredou o Congresso Nacional, bem como [de que] participa de movimentos criminosos”. A comerciante fugiu para a Argentina em setembro de 2024, e, no mês seguinte, embarcou aos EUA, onde foi presa em 21 de janeiro na cidade de El Paso.

Cristiane da Silva, 33 anos, é de Balneário Camboriú, Santa Catarina. A garçonete foi condenada pelo STF a um ano de prisão por associação criminosa e incitação ao crime nos atos de 8 de janeiro, e possui um mandado de prisão no Brasil. A defesa dela afirmou que “não estava envolvida no protesto e sequer esteve acampada durante dias” na frente de quartel do Exército. Também ressaltou que ela foi a Brasília “para passear”.

Silva fugiu em junho de 2024 para Buenos Aires. No mês de novembro se juntou a um grupo rumo aos EUA, onde foi presa tentando passar pela cidade de El Paso.

Com informações de IstoÉ

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