O Metrópoles confirmou os nomes dos três policiais rodoviários federais envolvidos na abordagem que terminou com um tiro na nuca de Juliana Leite Rangel, de 26 anos, na véspera de Natal, no Rio de Janeiro. São eles: Camila de Cassia Silva Bueno, Leandro Ramos da Silva e Fábio Pereira Pontes.
Questionada pelo Metrópoles, que teve acesso, com exclusividade, à identidade dos agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) responsáveis pela abordagem que baleou Juliana, a mãe da jovem, Dayse Rangel, reconheceu os agentes que atiraram contra o carro da família, na última terça-feira (24/12).
A atuação da equipe da PRF é investigada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF), que abriu um procedimento investigatório criminal para apurar a tentativa de homicídio contra a jovem. Os três foram afastados pela PRF de suas funções.
Fábio Pontes é instrutor de arma longa na PRF, cargo responsável por dar aula para policiais no curso de formação de fuzil. Ele também trabalhou no Núcleo de Operações Especiais da corporação.
Camila Bueno, além de participar do Grupo de Fiscalização de Trânsito e Transporte do Núcleo de Segurança Viária da Seop-RJ, está à frente da área de crime ambiental. Em novembro, a policial participou, como palestrante, do Congresso Mulheres na Polícia.
Leandro Ramos é o PRF mais antigo da equipe. Com 18 anos de corporação, já foi chefe do Setor de Operações do Rio de Janeiro.
Todos os três eram da atividade administrativa do Rio de Janeiro e trabalhavam com a autoridade máxima do estado, o superintendente da PRF, Vitor Almada da Costa.
Fábio, Camila e Leandro apagaram os seus perfis nas redes sociais.
O Metrópoles tenta contato com a defesa dos policiais. O espaço segue aberto para manifestações.
“Atiraram para matar”
Ainda ao Metrópoles, a mãe de Juliana relatou que os policiais atiraram contra a família para matar e que era para todos que estavam no carro terem morrido.
“Era para a gente estar todo mundo morto. Eles já deram tiros para matar todo mundo, cara. Te juro, eles alvejaram o carro, a gente abaixou, mas ela não abaixou. O tiro pegou na nuca dela”, relatou Dayse, com exclusividade, ao Metrópoles.
Segundo a mãe, em nenhum momento, os policiais pediram para o carro da família parar.
Dayse conta que os PRFs acusaram a família de estar atirando contra a viatura. Porém, ao perceber a aflição da mãe da jovem, os policiais teriam se desesperado.
“Eles pegaram a minha filha e botaram a mão na cabeça, se jogaram no chão e começaram a bater no chão, ficaram andando de um lado para o outro, vendo a merda que fizeram com ela. Eles nem para socorrer a minha filha. Eles não socorreram”, relembra.
Ao falar sobre Juliana, Daisy expressa uma mistura de admiração, carinho e angústia pela situação. “A Juliana é uma pessoa maravilhosa, cara. É uma pessoa divertida, alegre. Estar com ela é ficar rindo o tempo todo com ela fazendo piada, brincando. É uma filha maravilhosa. Não tem nem palavras para falar. A minha filha é uma menina maravilhosa, trabalhadeira.”
A jovem atua como agente de saúde em Belford Roxo.
Juliana Leite Rangel foi socorrida por policias militares que passavam no local e levada ao Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, onde segue internada em estado gravíssimo.
Com informações de Metrópoles.