Igo Estrela/ Metrópoles

O senador Randolfe Rodrigues acionou, na tarde desta quarta-feira (17/8), o Supremo Tribunal Federal contra os empresários que defenderam, no grupo “Empresários e Política”, um golpe de Estado caso Lula vença as eleições. Randolfe pediu ao STF que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal sejam acionados para avaliarem a quebra de sigilo, congelamento de contas e prisão preventiva, se necessário.

A petição foi apresentada no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos.

O relator do inquérito dos atos antidemocráticos é o ministro Alexandre de Moraes, que é chamado de “skihead do PCC” no grupo de empresários bolsonaristas.

Entenda o caso

Empresários apoiadores de Jair Bolsonaro passaram a defender abertamente um golpe de Estado caso Lula seja eleito em outubro, derrotando o atual presidente. A possibilidade de ruptura democrática foi o ponto máximo de uma escalada de radicalismo que dá o tom do grupo de WhatsApp Empresários & Política, criado no ano passado e cujas trocas de mensagens vêm sendo acompanhadas há meses pela coluna. A defesa explícita de um golpe, feita por alguns integrantes, se soma a uma postura comum a quase todos: ataques sistemáticos ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a quaisquer pessoas ou instituições que se oponham ao ímpeto autoritário de Jair Bolsonaro.

O grupo, cujos bastidores serão contados pela coluna numa série de reportagens, reúne grandes empresários de diversas partes do país, desde nomes conhecidos como Luciano Hang, dono da Havan; Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu; José Isaac Peres, dono da gigante de shoppings Multiplan; e outros menos famosos, como José Koury, dono do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro; Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia; e Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono da marca de surfwear Mormaii.

O apoio a um golpe de estado para impedir a eventual posse de Lula ficou explícito no dia 31 de julho. José Koury, proprietário do shopping Barra World e com extensa atuação no mercado imobiliário do Rio de Janeiro, foi quem abordou o tema, ao dizer que preferia uma ruptura à volta do PT.

O que dizem os empresários

Em contato com o Metrópoles, José Koury afirmou que não defende um golpe, mas em seguida confirmou que “talvez preferiria” a ruptura a uma volta do PT.

“Vivemos numa democracia e posso manifestar minha opinião com toda liberdade. Não disse que defendo um golpe de Estado, e sim que talvez preferiria isso a uma volta do PT. Para mim, a volta do PT será um retrocesso enorme para a economia do país”, disse Koury.

Confira o material na integra

 

(Metrópoles)

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