O comandante geral da Polícia Militar do Amazonas, coronel Gilberto Gouvêa, resolveu retaliar a ação dos líderes das associações que tentam fazer com que o governador José Melo (PROS) cumpra suas promessas de campanha de reeleição, a Lei dos Praças e as promoções de mais de 2200 policiais militares. Baseado em um relatório do Departamento de Inteligência (antiga 2ª Seção), ele determinou de acordo com publicação no Boletim Geral de ontem (23) a instauração de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para julgar sob o ponto de vista disciplinar se os policiais militares Gerson José Feitosa de Oliveira, presidente da Apeam e Ageu de Carvalho Alfaia, para saber se eles reúnem condições de permanecerem nas fileiras da Instituição, por terem tido conduta irregular, analisando ainda a suas vidas pregressas.

De acordo com o relatório da Inteligência, Gerson Feitosa e Ageu Carvalho, seriam os responsáveis pelo indicativo de paralisação de policiais militares mobilizada por associações da categoria prevista para o dia 15 de maio de 2015, com possibilidade de continuidade das manifestações até o atendimento das exigências dos PMs pelo governador José Melo (PROS).

De acordo com a publicação no Boletim Geral, o ato de estarem a frente das manifestações dos policiais que revindicam junto a José Melo, o cumprimento da Lei dos Praças e as mais de 2200 promoções, prometidas pelo governador na campanha de reeleição ano passado, é crime e residualmente em tese configura transgressão da disciplina militar de natureza grave ou que opera efeitos na esfera administrativa, por isso foi instaurado o PAD.

Manifestação

Desde abril quando o governador José Melo, começou a dizer em várias entrevistas de que não teria como fazer as mais de 2200 promoções e cumprir a Lei dos Praças, que as associações, entre elas a Associação dos Praças do Estado do Amazonas, presidida hoje por Gerson Feitosa, comandam manifestações.

Uma delas dia 29 de abril quando juntamente com os professores os policiais militares saíram em carreata até a sede do governo do estado para cobrar do governador as promessas foi quando Gerson Feitosa, subiu ao carro som e disparou: “Por conta da nossa luta no ano passado, 400 policiais respondem a processo disciplinar. Esses companheiros colocaram em risco suas carreiras, suas vidas, seu futuro. É por eles que estamos aqui e não temos direito de desistir".

Num discurso, em tom de revolta contra a decisão do governador, Gerson disparou ainda: "Estamos amordaçados. Além da humilhação nos resta a prisão”.

O presidente da Apeam disse que a Lei foi criada pelo próprio governo. “Construímos uma Lei que foi estruturada e pensada dentro do Palácio do Governo. Assinamos um ato de promoção que não existe e as associações de Praças foram feitas no mínimo de palhaços”, disparou Gerson, afirmando que a criação da Lei foi utilizada amplamente na campanha de reeleição do governador José Melo, para trazer os praças para o lado do governo.

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