O deputado estadual Ricardo Nicolau (Solidariedade) disse que a produção rural do Amazonas poderia ser maior e mais eficiente, mas esbarra nas ações desorganizadas do atual governo. O parlamentar, que é pré-candidato a governador do Estado, defende que é preciso dar mais apoio técnico e tecnológico ao produtor rural e que parte da solução passa por ampliar a regionalização da merenda escolar.
“A solução é incentivar a produção local, isso vai trazer menos custos e comida de maior qualidade. A merenda escolar, por exemplo. O Fundo Nacional da Educação Básica obriga 30% de produtores regionais, mas o governo pode aumentar esse percentual. O custo de logística que a Seduc tem para trazer alimentos de fora do estado é enorme. Então, por que não compra esses alimentos do produtor de Benjamin Constant ou de outros municípios? Isso iria fazer girar a economia e teria um benefício duplo: o incentivo à produção rural e os alunos teriam uma comida de qualidade”, explica.
Ainda de acordo com Ricardo Nicolau, o Amazonas precisa ampliar as linhas de financiamento para que o setor primário saia da enxada para a mecanização com tecnologia. Atualmente, conforme o deputado, a produção rural representa menos de 5% de todas as riquezas geradas pelo estado.
“Mas como cobrar mais produção se não há apoio e infraestrutura? Temos problemas com estradas vicinais esburacadas. Até a AM-010 tem problemas graves. Em Novo Remanso, há uma produção de abacaxi e quando tem a safra, estraga. A melancia também. É preciso ter agroindústria para processar esses alimentos. O peixe na safra estraga e na entressafra, durante a cheia do rio, o preço fica lá em cima porque falta pescado no mercado. É preciso criar políticas públicas para que o produto possa chegar na mesa das pessoas com maior qualidade e mais barato. O Estado poderia ter esse controle e não faz. A produção representa menos de 5% do PIB, mas poderia ser maior”, ressalta.
Formação de mão de obra
O pré-candidato ao governo defende, ainda, a implantação de mais escolas técnicas nos municípios do interior amazonense, obedecendo as potencialidades econômicas de cada região do estado.
“É preciso ter a mão de obra com cada vocação dos municípios. Não adianta um agricultor plantar uva se não tem esse tipo de mercado aqui, e o clima não é favorável. A tecnologia faz com que a produção aumente e é preciso preparar essa mão de obra para usar as novas tecnologias que a Embrapa desenvolve, por exemplo. Mas como vamos cobrar a produção do agricultor que ainda está na enxada? Mas é possível mudar essa realidade com gestão e apoio ao nosso produtor”, conclui.