
A cidade do Rio de Janeiro entrou em estágio 2 às 13h48 desta terça-feira (28/10), conforme informou o Centro de Operações e Resiliência (COR) da Prefeitura. A medida foi adotada em razão das ocorrências policiais que interditam, de forma intermitente, diversas ruas das zonas Norte, Oeste e Sudoeste da cidade.
O estágio 2 é declarado quando há risco de ocorrências de alto impacto, decorrentes de eventos previstos ou da análise de dados de especialistas. Nessa situação, o município não enfrenta impactos generalizados, mas há potencial de agravamento, e a população é orientada a se manter informada e seguir recomendações de segurança.
De acordo com o COR, várias vias no entorno dos complexos do Alemão, Penha, Chapadão, São Francisco Xavier, Freguesia (Jacarepaguá) e Taquara passam por interdições temporárias em função dos confrontos armados.
O sistema de transporte público também foi afetado. Segundo a Rio Ônibus, mais de 100 linhas alteraram seus itinerários devido aos bloqueios. A MOBI-Rio informou que os corredores Transbrasil e Transcarioca do BRT, além dos serviços de conexão do BRT, foram impactados pelas ações policiais.
O Centro de Operações reforçou recomendações aos motoristas e moradores: evitar circular nas áreas afetadas, permanecer em local seguro e acompanhar atualizações pelos canais oficiais. O órgão também disponibiliza o aplicativo COR.Rio e orienta a acionar os telefones de emergência 190 (Polícia Militar) e 193 (Corpo de Bombeiros), se necessário.
Megaoperação
O decreto do estágio 2 ocorre no mesmo dia em que o Rio vive uma das operações policiais mais letais da história recente do estado. A ação, deflagrada nas primeiras horas desta terça-feira, mobilizou 2,5 mil agentes de segurança e resultou na morte de pelo menos 64 pessoas, entre elas quatro policiais, sendo dois civis e dois militares.
A megaoperação contra o Comando Vermelho teve como foco os complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da cidade. Segundo as autoridades, o objetivo era conter o avanço territorial da facção e prender lideranças do tráfico no Rio e em outros estados.
Durante o confronto, criminosos usaram barricadas, drones, bombas e armas de grosso calibre para reagir à entrada das forças policiais. Foram apreendidos 75 fuzis e confirmadas 81 prisões.
Entre os policiais mortos estão os civis Marcos Vinicius Cardoso Carvalho, chefe da 53ª DP (Mesquita), e Rodrigo Velloso Cabral, da 39ª DP (Pavuna). Os militares mortos foram Cleiton Serafim Gonçalves e Herbert, ambos do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
A ação foi deflagrada para cumprir 51 mandados de prisão contra traficantes que atuam no Complexo da Penha. A ação conta com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core/PCERJ) e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope/PMERJ).
Ao todo, o Gaeco (MPRJ) denunciou 67 pessoas pelo crime de associação para o tráfico, e três homens também foram denunciados por tortura.
De acordo com o Ministério Público, por estar localizado próximo a vias expressas e ser ponto estratégico para o escoamento de drogas e armamentos, o complexo de favelas se tornou uma das principais bases do projeto expansionista da facção criminosa, especialmente em comunidades da região de Jacarepaguá.
Com informações de Metrópoles.










