Rio de Janeiro – À Comissão de Ética, o vereador Gabriel Monteiro declarou ser alvo de uma “peça acusatória”, e não de um relatório. O documento de 47 páginas inclui a sua defesa no processo ético-disciplinar que responde na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. O acusado criticou o documento produzido pelo vereador Chico Alencar, relator do processo.

Ele assinou a defesa com dois advogados e entregou o documento nesta terça-feira (9/8). “O douto parlamentar atua no relatório e no processo como parte, que busca a todo momento demonstrar sua razão e suas expectativas, o que salvo melhor juízo, não é sua função no procedimento jus político”, escreveu.

O vereador investigado por assédio sexual ainda criticou o fato de novas acusações terem sido juntadas no processo pelo relator, e declarou que as mesma não fazem parte da denúncia. Assim, elas não poderiam ser utilizadas para fundamentar a pena do acusado.

Relação sexual com menores

Em nota, a defesa do vereador Gabriel Monteiro afirmou que as alegações sobre a gravação de ato sexual com uma menor de idade já foram esclarecidas.

De acordo com ele, a jovem e a mãe prestaram depoimento em uma sede policial e afirmaram que ela suprimia da idade real e informou ao parlamentar que tinha, à época, 18 anos. A mãe dela não sabia do relacionamento dos dois.

Vídeo da Lapa

Gabriel Monteiro também foi acusado de produzir vídeos falsos com ajuda da assessoria para seu canal no YouTube. Em um deles, a equipe do vereador teria orientado um morador de rua a roubar a bolsa de uma mulher na Lapa, Rio de Janeiro.

A defesa de Gabriel afirmou que o segurança que empurrou a pessoa em situação de rua agiu em legítima defesa e utilizou meios necessários para repelir injusta agressão.

Segundo os advogados, mesmo com a dificuldade de ter um vídeo manipulado como única prova, ficou evidente para as testemunhas que ele não se encontrava no local no momento do ocorrido.

Gravação com menor

Em relação do vídeo publicado em que Gabriel está com uma criança no shopping, a defesa declarou que a responsável pela menor estava presente no momento da gravação. Além disso, a mãe esclareceu que a criança não foi exposta a nenhum constrangimento ou situação vexatória.

A responsável ainda afirmou que a filha nutre carinho pelo parlamentar, e ele auxiliou a família em um momento de crise financeira.

Já a criança que aparece em um vídeo no salão de beleza, a defesa afirmou que a acusação dele ter tido lascívia pela menor é infundido, já que a mãe dela se encontrava no local e teria percebido qualquer ação incomum do parlamentar.

A defesa ainda alegou que o vídeo permaneceu no ar por cinco meses sem nenhuma estranheza pelos telespectadores.

Perda de contrato

Após as tentativas de bloqueio dos trabalhos do Gabriel Monteiro, a empresa JSalazar rompeu contrato com a prefeitura. O acordo gerou lucro de R$133,8 milhões de reais desde 2014.

Segundo a defesa de Gabriel, o rompimento causou prejuízo ao parlamentar, principalmente por ter sido criado contra ele um “verdadeiro complô por ex-funcionários que passaram a trabalhar para pessoas ligadas à máfia do reboque”.

Nota final

Ao final do documento, a defesa pediu o recebimento das alegações finais, a feitura de novo relatório por parte do douto relator, a presença dos advogados de defesa e do próprio parlamentar nas discussões finais do conselho de ética e o arquivamento do caso.

Em nota ao Metrópoles, os advogados de Gabriel sustentaram que “não se pode ter outra conclusão no presente processo que não o arquivamento do feito, vez que o parlamentar jamais realizou qualquer ação que possa, mesmo em tese, ferido a ética e o decoro parlamentar, agindo sempre em defesa dos mais pobres, o que causa a revolta de poderosos que diuturnamente enriquecem às custas de uma população que trabalha de sol a sol na tentativa de garantir uma melhor qualidade de vida para si e sua família”. Com informações de Metrópoles.

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