O presidente de honra do PTB e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), Roberto Jefferson, ainda não foi preso, segundo fontes da Polícia Federal. Ele argumenta que só se entregará ao ministro da Justiça, Anderson Torres.

Jefferson reagiu a um mandado de prisão com tiros e chegou a arremessar uma granada contra o carro da Polícia Federal, segundo agentes da corporação. Uma agente foi atingida por estilhaços e socorrida ao hospital inconsciente, mas com sinais vitais.

Na ordem de prisão, proferida no sábado (22) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), são apontados descumprimentos em série das medidas que deveriam ser obedecidas para que Jefferson tivesse o benefício da prisão domiciliar.

O ministro transcreve trecho de vídeo no qual Jefferson urdiu o presidente da República a chamar “fuzileiros navais amanhã prender todo sniper que tiver em cima de prédio aí no Eixo Monumental” na véspera do Sete de Setembro. A ação teria como mote prender Alexandre de Moraes. “Mete na chave. Tira todo o bloqueio do meio da rua”, disse Jefferson.

A decisão cita ainda vídeo no qual Jefferson, espalhando desinformação, ataca a ministra Carmen Lúcia, chamando-a de “prostituta arrombada”.

“As inúmeras condutas do denunciado podem configurar, inclusive, novos crimes, entre eles os delitos de calúnia, difamação, injúria (arts. 138 a 140 do Código Penal), de abolição violenta do Estado Democrático de Direito (art. 359-L do Código Penal) e de incitar publicamente, animosidade entre as Forças Armadas, ou delas contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade (art. 286, parágrafo único, do Código Penal)”, escreve o ministro na decisão obtida pela CNN.

Jefferson reagiu ao mandado de prisão com uso de armas de grosso calibre, segundo fonte da PF. (CNN Brasil)

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