Acusado de matar a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, o ex-policial Ronnie Lessa (foto principal) é um dos alvos de megaoperação deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (15/03). Em conjunto com o Ministério Público Federal, a ação, batizada de Operação Florida Heat, tem como objetivo desarticular organização criminosa voltada ao tráfico internacional de armas dos Estados Unidos para o Brasil.

O mandado contra Lessa foi cumprido na Penitenciária de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, onde ele está.

Cerca de 50 policiais federais, integrantes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e agentes americanos, cumprem sete mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. A capital carioca, Campo Grande (MS) e Miami, nos Estados Unidos, se tornaram palco da operação.

As investigações, que duram cerca de dois anos, desvendaram a existência de um grupo responsável pela aquisição de armas de fogo, peças, acessórios e munições nos EUA e, posterior, envio ao Brasil. A internalização do armamento, no Brasil, se dava por meio de rotas marítimas (contêineres) e aéreas (encomenda postal) pelos estados do Amazonas, São Paulo e Santa Catarina. O destino final era uma residência em Vila Isabel, no Rio de Janeiro.

Em geral, o material era acondicionado dentro de equipamentos como máquinas de soldas e impressoras, despachados juntamente a outros itens como telefones, equipamentos eletrônicos, suplementos alimentares, roupas e calçados.

Da residência, as peças eram retiradas pelos integrantes da célula no Rio de Janeiro – responsável pela usinagem e montagem do armamento, com auxílio de impressoras 3D (Ghost Gunner). Posteriormente, as armas eram distribuídas para traficantes, milicianos e assassinos de aluguel.

STJ

Acusado de executar a vereadora e seu motorista, Ronnie Lessa teve o pedido de absolvição negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão foi do ministro Rogerio Schietti Cruz e divulgada na segunda-feira (14/3), justamente quando os assassinatos completaram quatro anos.

Para o magistrado, a sentença de pronúncia – mantida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) – apresentou razões concretas tanto para negar a absolvição sumária quanto para submeter Lessa ao tribunal do júri. Com informações de Metrópoles.

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