Matheus Veloso/Metrópoles

A Polícia Federal (PF) prendeu, na noite dessa segunda-feira (17/1), uma segunda suspeita de organizar e financiar atos terroristas praticados em Brasília, em 8 de janeiro. A investigada — um dos três alvos da Operação Ulysses, deflagrada pela corporação na mesma data — tem 48 anos.

A suspeita, que não teve o nome divulgado, entregou-se à Delegacia da Polícia Federal em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. Contra ela, havia um mandado de prisão expedido pela Justiça Federal no Rio de Janeiro.

O primeiro detido foi o subtenente Roberto Henrique de Souza Júnior, 52, lotado em Guarus, no Norte Fluminense. O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), corporação na qual atuava, informou que ele está preso no Grupamento Especial Prisional (GEP), em São Cristóvão, à disposição da Justiça.

“O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro repudia veementemente quaisquer atos que ameacem o Estado Democrático de Direito. Foi instaurado um Inquérito Policial Militar para apurar a participação do bombeiro da corporação em ataques contra o patrimônio público e em associações criminosas visando à incitação contra os poderes institucionais estabelecidos, o que é inadmissível”, comunicou o secretário de Estado de Defesa Civil e comandante-geral do CBMERJ, coronel Leandro Monteiro.

 

Investigações

As prisões ocorreram durante a Operação Ulysses, deflagrada no Rio de Janeiro na mesma data, cujo objetivo é prender suspeitos de liderar e financiar atos terroristas praticados por extremistas. Na ocasião, dois dos três mandados de prisão temporária foram cumpridos, além de cinco de busca e apreensão. Na posse dos investigados, a corporação apreendeu, ainda, celulares, computadores e documentos.

A apuração teve início para identificar lideranças responsáveis por bloquear rodovias em Campos dos Goytacazes (RJ), organizar manifestações em frente a quartéis do Exército na cidade, bem como planejar e financiar atos que levaram aos atentados contra as instituições democráticas, em 8 de janeiro.

Posteriormente, os investigadores conseguiram provas capazes de vincular os suspeitos à organização e liderança dos eventos.

Com o cumprimento dos mandados judiciais expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, nessa segunda (16/1), os policiais pretendem identificar outros envolvidos nas ações terroristas.

Os alvos podem responder pelos crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e incitação das Forças Armadas contra os Poderes institucionais.

Atos terroristas

Desde a divulgação do resultado das urnas, com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e derrota de Jair Bolsonaro (PL), extremistas apoiadores do ex-presidente bloquearam rodovias e ocuparam as portas de quartéis-generais do Exército em todo o país.

Em 8 de janeiro último, eles invadiram as sedes dos Três Poderes e destruíram tudo o que viram pela frente. Após os atos terroristas, o governador Ibaneis Rocha (MDB) foi afastado do cargo por 90 dias, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de omissão.

A Corte também afastou a cúpula da Segurança Pública do DF, e Lula nomeou um interventor federal. O ex-secretário da pasta Anderson Torres foi preso após os atos terroristas.

Ele cumpre prisão preventiva no 4º Batalhão de Polícia Militar, no Guará 2, até que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, decida onde ele deverá cumprir a decisão judicial.

Com informações de Metrópoles

 

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