O policial, que fazia eventualmente a segurança do cantor Gusttavo Lima, foi citado pelo delator Antonio Vinícius Gritzbach, executado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, em 8 de novembro. Gritzbach foi fuzilado oito dias depois de denunciar a conduta de alguns policiais à Corregedoria.
Entre os presos, estão o investigador-chefe Eduardo Lopes Monteiro e o delegado Fábio Baena Martin. Todos, assim como Rogerinho, atuavam no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e estavam afastados das funções por causa das denúncias.
Rogério de Almeida Felício
Com salário de R$ 7 mil mensais, o agente da Polícia Civil de São Paulo Rogerio de Almeida Felício é sócio de uma clínica de estética, de uma empresa de segurança privada e de uma construtora que ergueu cinco condomínios de 37 casas no litoral sul paulista.
Conhecido como Rogerinho, o policial civil também foi citado pelo delator Vinícius Gritzbach como um dos agentes que cometeram “ilicitudes e arbitrariedades” na investigação sobre a morte de Cara Preta.
A delação sobre os policiais está sob sigilo e o Metrópoles não obteve acesso aos documentos. Em peças apresentadas pela defesa de Gritzbach à Justiça, menciona-se, em resumo, que são implicados agentes de quatro delegacias da Polícia Civil paulista por crimes como corrupção, concussão e associação criminosa.
Rogerinho é um policial popular nas redes sociais. Tem mais de 100 mil seguidores em sua página no Instagram. Lá, publica fotos e vídeos, por exemplo, ao lado do cantor sertanejo Gusttavo Lima, de quem é segurança. Também faz marcações de sua construtora, a Magnata Construção e Incorporação. A empresa tem outros dois sócios.
Apesar do capital de R$ 30 mil, trata-se de um negócio milionário. Em sua página, a construtora anuncia cinco empreendimentos em Praia Grande, no litoral sul de São Paulo. Ao todo, esses complexos reúnem 37 casas. Elas estão à venda por até R$ 350 mil cada.
O Metrópoles obteve parte das 47 matrículas de cartório em nome da construtora. Uma delas se refere ao condomínio Magnata 1. O terreno, na Vila Caiçara, fica a três quarteirões da orla de Praia Grande. Somente esse terreno custou R$ 319 mil à construtora. No local, foram construídas 10 casas, segundo o registro do imóvel.
Nesse condomínio, por exemplo, uma das casas foi comprada por um policial militar. A construtora move uma ação de cobrança contra ele por inadimplência do pagamento pela aquisição do imóvel.
Além da Magnata, Rogerinho é sócio de uma empresa de administração de bens pessoais. O Metrópoles não localizou imóveis em nome dela. O policial também aparece nos quadros de uma clínica de estética na capital paulista e de sua empresa de segurança privada, a Punisher. Com informações de Metrópoles.