
O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 15% ao ano, na reunião da última quarta-feira (18). Embora o mercado estivesse dividido entre uma nova alta e a manutenção da taxa, o comunicado que acompanhou a decisão trouxe um sinal importante de que o ciclo de elevações pode ter chegado ao fim.
Com a taxa no maior patamar em anos e o cenário de incerteza fiscal e política ainda presente, especialistas recomendam cautela nas mudanças de alocação. A recomendação geral é aproveitar as boas oportunidades na renda fixa, sem ainda abandonar a prudência em relação à renda variável.
Renda fixa continua atrativa
Segundo Paulo Henrique Oliveira, analista da Daycoval Corretora, a renda fixa segue como uma excelente alternativa, especialmente para quem busca segurança e retorno estável.
“CDBs de bancos sólidos com liquidez diária e rendimento a partir de 100% do CDI, além do Tesouro Selic, continuam rendendo acima de 1% ao mês. São ideais para reservas de emergência ou recursos com objetivo no curto prazo”, orienta.
Para objetivos de médio prazo, ele destaca os títulos prefixados, como o Tesouro Prefixado, que podem oferecer rentabilidades interessantes travadas no momento da aplicação. Já para o longo prazo, o Tesouro IPCA+ permanece competitivo, com retorno real acima de 7% ao ano e proteção contra a inflação.
Renda variável em compasso de espera
Na avaliação de Rafael Espinoso, estrategista da Tivio Capital, a renda variável pode ganhar espaço nos próximos meses, especialmente com uma eventual reversão na política monetária. Ainda assim, ele recomenda cautela: “Não é hora de pesar a mão. O investidor deve monitorar os sinais de corte na Selic, compromisso fiscal do governo e o fluxo de capital estrangeiro”, pontua.
Segundo ele, o múltiplo preço/lucro do Ibovespa ainda está 30% abaixo da média histórica, o que pode indicar boas oportunidades adiante. No entanto, o prêmio de risco segue elevado, e o pano de fundo macroeconômico, especialmente em relação à política fiscal, ainda impõe limitações.
Avaliação final
Marcelo Bolzan, planejador financeiro CFP e sócio da The Hill Capital, reforça que o investidor brasileiro pode sim se beneficiar do cenário atual de juros elevados. Contudo, o alerta permanece: “A preocupação fiscal continua, e isso pesa nos investimentos de longo prazo. A estratégia deve ser equilibrada”.
Para o investidor que deseja entender melhor o impacto dessas mudanças nos seus investimentos, ferramentas como o simulador do Tesouro Direto e a Área do Investidor podem ser aliadas importantes para simular retornos e monitorar carteiras de forma gratuita.
Com informações de B3 Bora Investir










