O governador Wilson Lima e mais seis governadores compareceram neste domingo, 06, ao protesto pró-anistia, realizado na Avenida Paulista (SP), sob o comandado do ex-presidente Bolsonaro.
O protesto é pela anistia dos presos condenados pela tentativa de golpe de estado no dia 8 de janeiro de 2023. Mas, porém, todavia, a manifestação incorpora, sobretudo, as eleições 2026. Essa é a verdade nua e crua.
Fora do poder, Wilson Lima é como peixe fora d’água.
Sem o apoio das principais forças políticas do estado – governador e prefeitos – não há como pensar só no apoio de Bolsonaro. Mirem-se no fiasco de 2022: mesmo com o apoio integral e absoluto do então presidente da República, o coronel Menezes foi derrotado por Omar Aziz com mais de 46 mil votos do interior do estado.
Em 2026, o governador do Amazonas será Tadeu de Souza, indicado para o cargo de vice pelo prefeito David Almeida, hoje inimigo político declarado de Wilson Lima. Logo, num cenário construído nos conceitos da lógica abstrata, não terá o apoio do futuro governador e, de tabela, da municipalidade do interior.
Wilson Lima, entretanto, não se aventuraria a flertar à-toa o apoio de Bolsonaro se não conhecesse a lógica da política e, no “escurinho do cinema”, tenha fumado o cachimbo a paz com David Almeida, hoje, considerado a peça chave no tabuleiro do xadrez.
Assim, o caminho do filho bem amado de Santarém, ex-professor de inglês e ex-locutor de rádio em Itaituba, estaria pavimentado até Tadeu de Souza que, possivelmente, em 2026, terá o poder de abrir e fechar as portas dos cofres públicos do estado que movimentam as ações e os interesses dos prefeitos do interior.
Uma aliança com David Almeida seria bombástica, mas a melhor hipótese para Wilson Lima chegar ao Senado. E o que ganharia como contrapartida o prefeito de Manaus, bandeando-se para lado de uma possível candidatura Wilson Lima? Apoio para disputar o governo do Amazonas?
Todas as alianças, afinal, nunca se sustentam, são como castelo de cartas de baralho – quem assiste o BBB sabe o que passou Diego Hipólyto -, constrói-se e logo desaba.
Até ontem, David Almeida estava fechado com Omar Aziz e Eduardo Braga. Mergulhar na candidatura Wilson Lima seria uma baita rasteira no senador, cotadíssimo para o governo do Amazonas.
