Os senadores Eduardo Braga (MDB-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL) foram indiciados pela Polícia Federal (PF) por crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A investigação aponta que ambos, junto com o ex-senador Romero Jucá (MDB-RR), teriam recebido propina para favorecer a empresa farmacêutica Hypermarcas, atualmente Hypera Pharma, em projetos no Congresso Nacional. A denúncia foi divulgada pelo portal Uol.

A investigação sobre os senadores, que tramitava há seis anos, foi concluída recentemente pela PF, com o envio do relatório final ao Supremo Tribunal Federal (STF) no mês passado, sob sigilo. Agora, caberá ao STF decidir se apresentará denúncia formal contra os senadores. O inquérito envolve figuras influentes do cenário político nacional: Renan Calheiros, pai do atual ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL), e Eduardo Braga, ex-governador do Amazonas e relator da reforma tributária no Senado.

Segundo a Polícia Federal, a Hypermarcas pagou cerca de R$ 20 milhões aos senadores, utilizando o empresário Milton Lyra como intermediário. Lyra é apontado pela PF como um lobista que atuava em favor do MDB.

Atuação no Congresso Nacional

O indiciamento afirma que os senadores teriam atuado em favor da Hypermarcas no período de 2014 e 2015, quando um projeto de lei relacionado a incentivos fiscais para empresas tramitou no Senado. Em troca dos pagamentos ilícitos, os parlamentares teriam trabalhado para garantir que as propostas beneficiassem diretamente a Hypermarcas.

Além disso, o relatório da PF indica que Renan Calheiros teria indicado um nome para a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com o objetivo de favorecer os interesses da empresa dentro da agência reguladora.

Desdobramento da Lava Jato

Essa nova etapa de investigações faz parte de um desdobramento da Operação Lava Jato e teve início a partir da delação premiada de Nelson Mello, ex-diretor da Hypermarcas. Mello confessou que havia firmado contratos fictícios com empresas indicadas por Milton Lyra, sem que houvesse prestação de serviços, para repassar os valores aos políticos.

O empresário Milton Lyra também foi indiciado pela PF sob a acusação de lavagem de dinheiro. Já o caso do ex-senador Romero Jucá, que não possui mais foro privilegiado, foi remetido à Justiça Federal do Distrito Federal.

Consequências Políticas

O indiciamento de Eduardo Braga e Renan Calheiros coloca em evidência o envolvimento de figuras de alto escalão do MDB em novos escândalos de corrupção. Caso o STF decida levar a denúncia adiante, ambos poderão enfrentar processos judiciais que podem impactar suas carreiras políticas e comprometer suas atuações em papéis estratégicos, como a relatoria de Braga na reforma tributária.

Artigo anteriorFlamengo precisa quebrar tabus para avançar na Libertadores. Confira
Próximo artigoAncelotti vê Endrick titular no Real Madrid no futuro e elogia: “Fala pouco e trabalha muito”