
A Escola Superior da Defensoria Pública do Estado do Amazonas (Esudpam) realizou, nos dias 17 e 18 de março, no município de Tabatinga, mais uma edição do projeto “Esudpam no Interior”. A iniciativa que tem como objetivo criar um elo entre servidores da capital e do interior, facilitando a troca de experiências e o esclarecimento de dúvidas que surgem no dia a dia do atendimento jurídico, contorno com aulas sobre ‘Atendimento em Direito de Família’, ‘Peticionamento em Direito de Família’ e ‘Prática em Execução Penal’.
Nesta edição, participaram das capacitações dos servidores das unidades da Defensoria Pública nos municípios de Tabatinga e Benjamin Constant. As palestras abordaram temas essenciais para a prática diária dos profissionais. O defensor público Helom Nunes transferiu a aula “Atendimento em Direito da Família”, já a aula “Peticionamento em Direito de Família” foi ministrada pelo defensor Murilo Breda, enquanto o defensor Diêgo Luiz Castro Silva falou sobre “Prática em Execução Penal”.
O defensor público Helom Nunes, diretor da Esudpam, destacou a importância dos colaboradores que não possuem formação jurídica, mas que têm sido fundamentais no desenvolvimento da ciência jurídica, especialmente no interior.
“Desta forma, a Defensoria Pública, através da Escola Superior, busca fazer uma capacitação também adequada ao público específico, que são esses colaboradores que são fundamentais na assistência jurídica, especialmente quando estamos no interior em que demandamos e utilizamos muitas vezes servidores que não são de formação jurídica, mas que, com esforço, com disposição, prestam essa ajuda tão fundamental para nós”, apontou o defensor.
Um desses exemplos é a estudante de serviço social Rayelly Batista Almeida, que atua nos atendimentos e na elaboração de retificação de ofícios na unidade da Defensoria em Benjamin Constant., Ele destaca a importância para obter novos aprendizados e aprimorar conhecimentos.
“Gostaria de dedicar esse momento para expressar minha profunda gratidão pelo auxílio e apoio neste projeto que foi de suma importância, principalmente, por melhorar os atendimentos junto aos nossos assistidos, viabilizando melhor capacidade e organização, trazendo mais segurança e apoio para nossos assistidos. agradeço demais aos responsáveis pelo sucesso desse projeto e, principalmente, aos defensores por nos trazer melhorias aos nossos conhecimentos para, assim, obtermos um melhor atendimento junto aos nossos assistidos”, explicou Rayelly.
Já o residente jurídico Áthilo Fernandes de Freitas, que também atua na Defensoria Pública de Benjamin Constant, destacou a importância da diferença entre teoria e prática. Áthilo explica que, na teoria, tudo demora, mas na prática, são ajustes precisos para tornar o processo mais eficiente.
“O primeiro é quando os assistidos nos apresentam um problema. Muitas vezes sabemos como resolver técnicas, como em uma ação de alimentos, mas o trato com as pessoas acaba ficando esquecido, pois ganha muito com a teoria e a prática é vivenciada no dia a dia. O trato com as pessoas tem que ser diferenciado, pois cada uma precisa de um tratamento único, não pode ser padronizado. Elas chegam com diferentes emoções e problemas e, embora quase 100% dos casos sejam conhecidos na teoria, a prática sensibilidade e adaptação. Por exige exemplo, no reconhecimento de paternidade, sabemos como proceder teoricamente, mas o trato com a pessoa é bem diferente”, enfatizou.
Para a defensora pública Danielle Mascarenhas, que atua na unidade da Defensoria em Tabatinga, o “Esudpam no Interior” é uma oportunidade de intercâmbio de conhecimento entre colegas que atuam em outros órgãos da Defensoria Pública.
“Além disso, a iniciativa é uma demonstração do compromisso da nossa instituição de prestar um serviço de excelência ao assistido que reside no interior do Estado, em que pese as limitações que podem existir. Com isso, reforçar a importância de, além de prestar um serviço que possua uma excelente técnica, um excelente conhecimento jurídico, de enxergar esse assistido como uma pessoa. Então, a importância de exercer sim um atendimento empático, um atendimento para além de números, mas enxergar aquele atendido como uma pessoa que de fato possui um problema e que precisa de um atendimento individualizado da Defensoria Pública”, finalizou a defensora pública.
Para a diretora adjunta da Esudpam, Luiza Chaves, é de extrema importância realizar essas capacitações e atualizações no interior, não só pelo conteúdo em si, mas também para criar esse link, essa conexão entre os defensores da capital e os defensores e servidores, estagiários e residentes que estão no interior do Estado.
“A realidade do interior, além de ser muito diferente da capital, está em constante estado de mudança. Então, é importante manter esse contato, manter esse diálogo entre capital e interior. E não só entre os membros, mas principalmente com os servidores, residentes, estagiários que atuam nessas comarcas do interior”, explicou Luiza Chaves.
Agenda
A próxima etapa do projeto “Esudpam no Interior” será no município de Manacapuru. O evento ocorrerá nos dias 8 e 9 de abril.