Roumen Koynov

Em cerimônia de posse marcada por emoção, felicidade e gratidão, 12 novos juízes e juízas do Trabalho tomaram posse no Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (AM/RR). Eles foram aprovados no 2º Concurso Nacional realizado pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) em 2023. A solenidade aconteceu no Fórum Trabalhista de Manaus (AM), na tarde da última sexta (26/7), e contou com a presença de magistrados, servidores, familiares e convidados.

Os novos magistrados são: Andrezza Lins Vieira, Bárbara de Oliveira Villas Bôas Silveira, Dhiancarlos Picinin, Diego Enrique Linares Troncoso, Gabriel Cesar Fernandes Coêlho, Gustavo Gazzola Barella, Igor José Cansanção Pereira, Jéssica Menezes Matos, Julie Lira Perraud, Karina Oliveira Zarbielli, Luana Santos Alencar Oliveira, e Mariana Maltez Dantas Ribeiro.

A mesa de honra foi composta pelos seguintes membros: desembargador Audaliphal Hildebrando da Silva, presidente do TRT-11; desembargadora Joicilene Jerônimo Portela, corregedora regional do Regional, desembargadora Ruth Barbosa Sampaio, diretora da Escola Judicial (Ejud 11); Alzira Melo Costa, procuradora-chefa do Ministério Público do Trabalho (MPT); Jomar Ricardo Saunders Fernandes, corregedor geral de justiça do Estado do Amazonas e Igo Zany Nunes Corrêa, juiz do Trabalho Substituto, diretor de Direitos e Prerrogativas, representando a Amatra-XI.

Propósito e vocação

Após a leitura e assinatura do termo de posse, a juíza recém-empossada Andrezza Lins Vieira, 32 anos, fez o discurso em nome dos colegas empossados. Classificada em 49º lugar na ampla concorrência, Andrezza era oficial de justiça no TRT-11 desde 2021. Ela iniciou sua fala agradecendo a Deus e relembrando as dificuldades enfrentadas nas etapas do concurso. “O II Concurso Nacional Unificado para ingresso na magistratura teve início em janeiro de 2023. Foram mais de 12 mil inscritos. Após 1 ano e 6 meses, vencidas as 5 fases, foram aprovados 229 candidatos. As provas do concurso testaram nosso conhecimento técnico e jurídico. São as nossas escolhas de vida que confirmam nosso propósito e a nossa vocação. Eles foram confirmados em cada dificuldade que escolhemos enfrentar e conseguimos superar. E hoje nos apresentamos aqui, a esse Tribunal do Trabalho e à sociedade, como a nossa melhor versão até então. Versão essa que só existe porque foi formada a muitas mãos”, enfatizou ela, agradecendo aos familiares, cônjuges, filhos, amigos e mestres.

“Desejo que sigamos com ardor e perseverança, sem desanimar ante os obstáculos que se apresentarão, por certo, para testar-nos a constância, a paciência e a firmeza. Que nosso agir seja pautado por propósitos e valores, e não por interesses e conveniências. Que sejamos instrumentos de Justiça e ajudemos a construir uma sociedade mais justa, livre e solidária, como nos roga a Constituição”, concluiu a nova juíza do Trabalho.

Em seu pronunciamento, o presidente do TRT-11, desembargador Audaliphal Hildebrando da Silva, dirigiu-se aos novos juízes e destacou as atitudes que devem cultivar. “Os senhores têm que agir com amizade, solidariedade, companheirismo, cumplicidade, amor ao Tribunal, amor ao país, amor à sociedade e com imparcialidade”. O desembargador presidente também falou aos empossados sobre o que deve motivá-los: “cada um dos senhores, sete mulheres e cinco homens têm que vir com esse espírito fazer a diferença no TRT-11”, enfatizou.

Servidor do TRT-11 desde 2005, o novo juiz do trabalho Gabriel Cesar Fernandes Coêlho, 39 anos, era só alegria. Até as vésperas da posse como magistrado ele ainda desempenhava suas atribuições na 13ª Vara do Trabalho de Manaus. “Foi uma grande bênção de Deus na minha vida. Uma alegria indizível e uma sensação de ter concluído uma fase de estudos e consciente que uma nova fase de muita responsabilidade se iniciará”, disse.

Força da maternidade

Luana Santos Alencar Oliveira, 35 anos, veio de Teresina (PI) para a posse acompanhada dos familiares e do filho Pedro, de 34 dias. Aprovada para juíza após quatro concursos frustrados, ela não conteve a emoção ao falar do desafio em realizar todas as etapas do concurso estando grávida. “Foi muito desafiador, mas eu acho que toda a força e energia vieram dele. Durante a gestação eu fiz curso em São Paulo e em Brasília, sentava na cadeira às 8h e levantava às 20h, com ele na barriga. Acordava às 4h da manhã pra estudar todos os dias, mas ele foi muito bonzinho e eu tive uma gravidez super tranquila. Essa vitória é dele também. Foi a quinta tentativa de me tornar juíza e eu sei que ele foi fundamental neste momento. Espero que ele se orgulhe da trajetória da mãe dele. Eu só consegui por causa dele!”, afirmou.

Outra história que envolve maternidade e superação é a da nova juíza do trabalho Bárbara de Oliveira Villas Bôas Silveira, 33 anos. Seu filho, Paulo Ricardo, hoje com um ano e sete meses, nasceu sete dias antes da primeira prova do concurso. Natural de São Paulo, Bárbara falou do desafio: “o desafio foi muito grande, mas a graça também. Eu tive muita ajuda dos meus pais, do meu marido e da nossa funcionária. Eu precisei mesmo de uma grande rede de apoio. Não foi fácil. Teve uma época em que pensei em desistir em razão da maternidade. Mas estava dentro do meu coração o sonho da magistratura e eu vi que poderia conciliar, com todo o apoio que recebi. No dia da prova da primeira fase ele tinha sete dias de vida, era dia das mães, e a minha mãe passou a prova toda com ele no colo, dormindo. Nas outras fases ele viajou de avião com dois meses para Brasília. Foi difícil, mas sempre pensando no bem maior, que era a realização de um sonho e também o bem estar da família. Tudo isso nos fortaleceu e fez com que o dia de hoje tivesse um significado muito maior. Meus pais estão aqui, meu filho, meu marido, todos muito felizes e orgulhosos. Eu não vou tomar posse sozinha, muitas pessoas, mesmo que não estejam aqui presentes, estão assinando o termo e tomando posse comigo hoje”.

Confira a transmissão no YouTube.

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