
O volume do setor de serviços do Brasil caiu 0,2% em janeiro em relação a dezembro, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, após ter ficado estagnado em dezembro, informou o IBGE nesta quinta-feira, 13.
O resultado confirma a leitura de desaceleração da economia em meio a inflação e alta dos juros. Na terça-feira, 11, o IBGE já tinha mostrado que a indústria ficou estagnada em janeiro.
A queda foi um pouco maior do que o esperado. A expectativa em pesquisa da Reuters de recuo de 0,1% em janeiro.
Na comparação com janeiro do ano passado, o volume de serviços avançou 1,6%.
Em 12 meses, o setor de serviços acumulou crescimento de 2,9%, reduzindo o ritmo de expansão frente a dezembro de 2024 (3,2%).
A queda em janeiro foi puxada pela retração vinda de transportes (-1,8%), serviços prestados às famílias (-2,4%) e e de profissionais, administrativos e complementares (-0,5%).
Os únicos avanços ocorreram nos serviços de informação e comunicação (2,3%) e outros serviços (2,3%).
“Após alcançar o ápice de sua série histórica em outubro de 2024, o setor de serviços apresentou duas taxas negativas e uma estabilidade nos últimos três meses. Nesse período, acumulou perda de 1,1%, que pode ser explicada pela alta margem de comparação”, disse o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo
Setor é o que possui o maior peso no PIB
O setor de serviços brasileiro registrou ganhos em 2024 mas mostrou perda de força a partir do final do ano, em conjunto com a economia como um todo, em meio ao aumento da taxa básica de juros, o que afeta o crédito. O Banco Central já subiu a Selic a 13,25% ao ano e indicou novo aumento de 1 ponto percentual neste mês.
Dados do PIB (Produto Interno Bruto) mostraram que o setor de serviços, que respondem por cerca de 70% da economia do país, teve expansão de 3,7% em 2024.
“O dado de janeiro reforça a visão de acomodação no ritmo de atividade da economia brasileira. Nota-se uma piora tanto nos serviços mais ligados à demanda, quanto nos serviços mais ligados à oferta, refletindo o menor consumo”, disse André Valério, economista sênior do Inter.
Com informações de IstoÉ