
O pastor Silas Malafaia criticou de forma contundente a maneira como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se colocou como possível candidato à Presidência da República e afirmou que não aceita a tentativa de consolidação do nome do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro como opção natural do campo conservador. Para ele, a articulação foi precipitada, mal conduzida e feita em um momento de fragilidade emocional do ex-chefe do Executivo.
Em entrevista ao portal Metrópoles, Malafaia disse que decisões dessa magnitude não podem ser tomadas de forma individual ou impostas aos aliados. Segundo o pastor, o anúncio da possível candidatura ocorreu sem diálogo político e sem qualquer construção coletiva, o que, em sua avaliação, compromete a viabilidade do projeto.
Aliado histórico de Jair Bolsonaro, Malafaia ressaltou que apoio político não significa concordância automática. “Eu sou aliado, mas não sou alienado. Já discordei de Bolsonaro várias vezes e nunca perdi a amizade com ele. Isso é democrático”, afirmou, ao defender que o debate político deve ser racional e estratégico, e não movido por emoção.
O pastor foi ainda mais direto ao afirmar que não aceitará a candidatura de Flávio Bolsonaro. Ele argumentou que o senador teria anunciado o nome após uma conversa privada com o pai em um momento de forte abalo emocional. “Não é assim que se constrói uma candidatura. Não é chegar e colocar goela abaixo de todo mundo. Isso precisa ser debatido”, disse.
Malafaia também criticou o fato de a decisão não ter sido discutida nem mesmo com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Segundo ele, Michelle foi surpreendida com a informação e confirmou que não havia sido consultada previamente. Para o pastor, esse episódio reforça o caráter precipitado da iniciativa.
Na avaliação de Malafaia, o cenário político mostra falta de empolgação até mesmo entre apoiadores da direita em relação ao nome de Flávio. Ele afirmou que a reação fria nas redes sociais e no meio conservador demonstra que a candidatura não mobiliza a base bolsonarista.
Outro ponto levantado pelo pastor foi a ausência de ataques da esquerda ao senador. Para ele, isso indicaria que Flávio Bolsonaro não é visto como um adversário forte. “Eu não vi ninguém da esquerda atacar o Flávio. Parece até que estão dizendo: ‘é esse mesmo que nós queremos’”, afirmou.
Ao final da entrevista, Malafaia apresentou sua avaliação sobre a chapa que considera mais competitiva para enfrentar a esquerda em 2026. Segundo ele, a combinação ideal seria o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como candidato à Presidência, tendo Michelle Bolsonaro como vice.
O pastor destacou que Michelle reúne atributos eleitorais relevantes, como forte apoio do eleitorado evangélico, identificação com mulheres conservadoras e origem nordestina. “Não sou dono da verdade, é a minha percepção. Para ganhar uma eleição, a chapa mais forte seria Tarcísio e Michelle”, concluiu.










