Simone Andrade, esposa do sambista e compositor Paulo Onça, falou pela primeira vez à imprensa nesta segunda-feira (9) sobre a agressão brutal sofrida pelo marido após um acidente de trânsito ocorrido na Zona Sul de Manaus. O músico está internado em estado grave na UTI após o episódio violento que chocou a cidade.
O acidente ocorreu na madrugada da última quinta-feira (5), na Rua Major Gabriel, na Praça 14. Imagens de câmeras de segurança mostram o veículo de Paulo Onça avançando um sinal vermelho e colidindo com o carro do comerciante Adeilson Duque. Logo após a colisão, Duque desceu do veículo e iniciou as agressões que deixaram o compositor inconsciente.
Em entrevista, Simone expressou indignação com o ocorrido. “Estamos indignados. O Paulo não merecia isso. Ele não teve chance de defesa, não conseguiu falar, se explicar. Como o nome já diz, foi um acidente. Eu preferia que esse homem tivesse levado o meu marido para uma delegacia e não para uma UTI. Hoje o Paulo está lutando pela vida. Isso é muito revoltante”, desabafou.
A esposa também destacou a determinação em buscar justiça. “É um sentimento de revolta. Eu preciso buscar justiça para o Paulo Onça. Para a família e para a mãe, é um sofrimento muito grande. O Paulo Onça é uma pessoa querida. Peço justiça e vou até o fim”, afirmou emocionada.
Simone deu detalhes sobre o estado de saúde do marido, que passou por uma cirurgia delicada. “O Paulo passou por uma cirurgia complicada, ficou em coma induzido, e passado mais de 48h, foi tirada a sedação e a gente agora espera que ele volte”, explicou.
Defesa contesta alegações do suspeito
Na coletiva realizada na sede da Delegacia Geral, no bairro Dom Pedro, o advogado de Paulo Onça, Ezaquiel Leandro, criticou a versão apresentada pelo agressor, que alegou ter reagido por acreditar que o músico havia matado sua esposa no acidente.
“Estamos diante de uma falácia, de uma tese defensiva um tanto esdrúxula. A própria esposa dele [agressor] sai do carro correndo – imagino que ela já conhecia como se comportava aquele homem – já sai do carro e tenta puxá-lo”, afirmou o advogado.
Leandro ainda destacou que as provas são contundentes. “A tese defensiva não tem cabimento. Pode tentar alegar surto psicótico, mas não tem fundamento. Vamos refutar dentro dos trâmites processuais e da legislação, a fim de alcançar a punição deste indivíduo. Temos provas gritantes de que aquele indivíduo tinha intenção de matar”, declarou.
Apelo por justiça
Simone Andrade encerrou a entrevista com um apelo às autoridades e à sociedade. “Esse homem é um monstro. A defesa disse que ele tem transtorno. Se ele tem, que ficasse na casa dele. Ele saiu do carro e atingiu o Paulo, que não teve nem condições de se defender. Não vamos descansar enquanto não houver justiça para o Paulo.”
O caso segue sob investigação, e a família aguarda que os responsáveis sejam devidamente punidos.
