A cantora Simony anunciou pelas redes sociais que vai precisar retomar o tratamento contra um câncer no intestino descoberto entre maio e junho de 2022. Ela já tinha feito alguns meses de quimioterapia e radioterapia e em janeiro anunciou que estava em remissão.

Ao GLOBO, a assessoria da artista afirmou que ela deve ser internada na terça-feira, 2, e deve permanecer no hospital fazendo o tratamento por dois dias.

No vídeo postado, o médico da cantora, Fernando Maluf, explica que a primeira rodada de quimio e radioterapia foi bem-sucedida, no entanto, foram encontrados “pontos ativos da doença” que ainda devem ser combatidos.

“A Simony teve uma grande resposta no tratamento com quimio e radioterapia. Essa resposta foi muito importante, mas ainda tem pontos de atividades da doença e que vai requerer que a gente retorne o tratamento de quimio mais imunoterapia. A Simony está animada, positiva, ela é uma pessoa inspiradora. A gente está confiante que esse tratamento irá gerar uma ótima resposta”, afirmou o oncologista.

Como é o tratamento de imunoterapia?

A imunoterapia no tratamento do câncer funciona através do estímulo do sistema imunológico. Esses estímulos fazem com que as células imunes fiquem mais ativas no combate às células tumorais.

Na prática, quando essas células de defesa se deparam com o agressor (vírus, bactérias ou o próprio tumor), elas levam essa informação até as linfonodos, sinalizando que existe algum agente estranho no corpo e que é preciso entrar em alerta.

Dentro delas existem as células de defesa que serão apresentadas a esse material estranho, e treinadas para reconhecê-lo sempre, combatendo-o na circulação.

Novos medicamentos

o medicamento Pembrolizumabe da MSD. Esse utiliza-se de outro raciocínio de tratamento, a imunoterapia, e tem indicação para tratar 23 tipos diferentes de tumores. A farmacêutica diz que realiza 1.700 estudos – mais de 50 no Brasil – para avaliar o uso da droga em diferentes tumores. A aprovação para uso nacional se deu há cinco anos para melanoma metastático, tipo grave de câncer de pele. Ao longo dos anos, contudo, as novas indicações para o mesmo fármaco foram descobertas conforme os estudos caminhavam.

Nos Estados Unidos, onde há celeridade para lançamento de novas terapias, a taxa de cura para diferentes tipos de tumores passou de 60% há 20 anos para mais de 70% atualmente.

— Hoje há mais novidades de terapia-alvo molecular e a imunoterapía. São as áreas que nos ajudam a ir para frente e estão quebrando a ideia de se satisfazer com a transformação daquele câncer em uma doença crônica. É bom que o paciente viva por muito tempo ainda com o câncer, mas é melhor ainda curá-lo — afirmou o oncologista Paulo Hoff, do grupo OncoStar em entrevista recente ao GLOBO.

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